Açores: empresas em situação de degradação avançada
Segundo o jornalista pedro Nunes Lagarto, do Açoriano Oriental, "o presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Mário Fortuna, considera que a dimensão do problema das empresas açorianas ultrapassa a capacidade dos programas públicos em amenizar o impacto da crise. Mário Fortuna salienta que ao Gabinete de Crise da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, que abriu em Julho, já chegaram dezenas de pedidos de informação e consultadoria por parte de empresas que se encontram numa situação de degradação muito avançada. “Estamos a falar de casos de iminentes despedimentos colectivos ou mesmo insolvências, em todas as áreas de actividade, sobretudo na construção civil, comércio e serviços e turismo”, precisa. O presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada reconhece que as linhas de crédito para a reestruturação “surtiram algum efeito positivo nas empresas”, congratulando-se, a esse propósito, com a prorrogação do prazo para apresentação de candidaturas à Linha de Crédito Açores Investe II, embora defenda que a iniciativas públicas “se revelem insuficientes para contrariar a real dimensão dos problemas”. O dirigente associativo insiste que “é preciso ter a noção da enorme gravidade da situação que está criada nas empresas e da dimensão efectiva do problema do endividamento público, que está a obrigar a um esforço quase sobre-humano de correcção dos erros cometidos no passado agora com repercussões nas famílias e empresas”. Em face da conjuntura económica e financeira actual, a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada reitera a sua perspectiva de que os recursos públicos e privados, ainda mobilizáveis, têm de obedecer a critérios de selectividade baseados na reprodutividade que os investimentos possam ter a curto prazo. Ainda de acordo com Fortuna, “as empresas estavam configuradas para aquilo que o mercado solicitava e respondiam cabalmente, perspectivando que continuassem a crescer. Foram entretanto surpreendidas primeiro pela crise dos mercados financeiros e depois pela crise do endividamento excessivo, um cenário conjugado que não era totalmente previsível”. “Naturalmente - prossegue o dirigente associativo - que os mais frágeis, em regra os que estão a iniciar a actividade, são aqueles que tendencialmente vão fraquejar mais cedo, não esquecendo também as empresas dos diversos sectores de actividade, consolidadas há vários anos, que estão a sofrer consequências profundas”. O responsável da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada prevê que face à evolução da crise será provável a ocorrência de menos oferta de emprego, mais desemprego e mais falências associadas ainda por mais algum tempo até que a situação se inverta"
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