sexta-feira, janeiro 14, 2011

Televisão: critérios da ERC podem reduzir tempo de notícias do PSD na RTP

Escreve a jornalista do Publico Maria Lopes que "os critérios do pluralismo político derivam dos resultados eleitorais e podem criar assimetrias. Conselho Deontológico disse que podem violar regras. Pode parecer uma contradição, mas não é: apesar de nas legislativas de 2009 ter tido maior votação do que em 2005, o PSD pode vir agora a ter menos tempo de antena na informação da RTP. Estes são os cálculos apresentados ontem pelo director de Informação da RTP para exemplificar como é "absurda" a metodologia seguida pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para analisar o pluralismo político-partidário no serviço público de televisão e que tem sido contestada desde 2008. As "fatias do bolo" do pluralismo para o Governo e PS, por um lado, e para toda a oposição, por outro, são fixas: 50 por cento para os primeiros, 48 a dividir pelos outros, e os restantes dois para os partidos sem assento parlamentar. Logo, independentemente da votação alcançada, executivo e partido que o apoia mantêm sempre metade; enquanto os restantes partidos têm que repartir entre si a restante quota. Como o PS perdeu votos em 2009 mas a restante esquerda aumentou, o prejudicado será o PSD. Tal cenário, porém, não preocupa o partido: "As regras podem ser questionáveis, mas se existem são para cumprir. O que o PSD não admite é que a RTP coloque toda a oposição no mesmo plano, como se BE, CDS, PCP e PSD fossem todos iguais, como o director defendeu", critica a deputada Carla Rodrigues. "É a legitimidade democrática das eleições que dá direito ao PSD a um tratamento diferente." O que o partido não admite é ter sido "prejudicado em três anos seguidos" - em 2009 ficou 12 pontos abaixo da sua quota de 27,67 por cento, por isso Carla Rodrigues diz que o PSD "pode bem com os três por cento que sejam cortados". Na comissão, José Alberto Carvalho não poupou críticas aos relatórios da ERC sobre o pluralismo que são "um absurdo estatístico, jornalístico e de regulação", e garantiu que "não há qualquer tratamento discriminatório de qualquer força política nos espaços informativos da RTP, seja positivo, seja negativo". O director de Informação lembrou que no parecer que pediu ao Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, este considerou que as regras da ERC obrigam os jornalistas da RTP a violarem diversas normas do seu Código Deontológico".

Sem comentários: