"Boa noite,
No ano que agora terminou, Portugal foi confrontado com uma realidade que há muito se desenhava no horizonte.
A partir do 2º semestre de 2010 já ninguém pôde negar que o país atravessa uma situação de grave crise económica e financeira, a qual tem efeitos negativos no plano social.
Aquilo que para alguns era já uma evidência, para a qual na devida altura alertaram os Portugueses, foi finalmente reconhecido por todos, a começar pelos decisores políticos.
Não iludir a realidade é um sinal positivo e uma atitude responsável, pois representa o primeiro passo para mudar de rumo e corrigir a trajectória.
No ano de 2010 comemorou-se o centenário da República e os 25 anos da nossa adesão às Comunidades Europeias.
A República, a democracia e a integração na União Europeia constituem opções estratégicas que Portugal tomou no século XX. Em torno delas, formou-se um grande consenso nacional.
O regime republicano encontra-se plenamente consolidado ao fim de 100 anos de existência.
Por outro lado, é em democracia que todos aspiramos viver e ninguém deseja o regresso aos tempos da ditadura.
Por fim, nenhuma pessoa de bom senso pode questionar o acerto da opção que tomámos ao participar no projecto europeu e na moeda única, o euro.
Uma República democrática e integrada na União Europeia corresponde à síntese daquilo que somos e daquilo que queremos ser nos alvores deste novo milénio.
Os tempos que atravessamos são de grandes dificuldades. Seria faltar à verdade afirmar que essas dificuldades vão desaparecer no ano que agora começa.
Portugal tem hoje mais de 600 mil desempregados. O desemprego está a penalizar muito os mais jovens. A par disso, assistimos ao recrudescimento da pobreza em níveis que são intoleráveis.
É sobretudo nos tempos mais adversos que os sacrifícios têm de ser repartidos de uma forma justa por todos, sem excepções ou privilégios.
Perante as situações de pobreza e exclusão com que somos confrontados, pretender fugir aos sacrifícios é uma atitude que não se coaduna nem com os mais elementares princípios da ética republicana nem com o valor fundamental da coesão social.
A coesão social é um elemento-chave da coesão nacional. É imprescindível que estejamos unidos para enfrentar as dificuldades que atravessamos e que, repito, não irão desaparecer em 2011.
Os Portugueses deram mostras, ao longo do ano de 2010, que reconhecem o valor e a importância da coesão e da solidariedade.
O País foi afectado por intempéries naturais, na Madeira, nos Açores, no Continente.
Logo se geraram campanhas de apoio às famílias e aos cidadãos atingidos por essas situações de calamidade.
É também exemplar o modo como os Portugueses participaram nas campanhas lançadas pela sociedade civil com vista à recolha de produtos alimentares e bens de primeira necessidade.
Às instituições de solidariedade social e àqueles que se destacam no trabalho de voluntariado, em especial ao voluntariado jovem, quero, como Presidente da República, deixar uma palavra do meu maior apreço.
Um povo com tamanha generosidade dá-nos todas as razões para termos esperança e confiança.
É por tudo isto que considero essencial que 2011 fique marcado pela firmeza no combate ao desemprego e à pobreza.
Estou certo de que podemos vencer.
Vivemos nesta terra há muitas centenas de anos. A nossa História teve momentos tão ou mais difíceis do que este. Durante várias décadas, perdemos até a independência, mas soubemos reconquistá-la.
Atravessámos situações financeiras muito graves e hoje, todos temos de o reconhecer, possuímos uma vida melhor do que todas as gerações que nos precederam.
Portugal é, actualmente, um país mais justo, mais desenvolvido e mais livre do que o foi ao longo de toda a sua História.
É justamente por isso, porque temos capacidade de ultrapassar as dificuldades do presente, que temos de nos unir.
Não podemos deixar para trás os que mais precisam: os jovens que buscam emprego, os desempregados de longa duração, os idosos mais carenciados, os que sofrem a pobreza e a exclusão, as crianças em risco, os deficientes, as famílias que enfrentam grandes privações.
A luta para que estes Portugueses não sejam abandonados não é monopólio de ninguém, pois constitui responsabilidade de todos.
Como tenho vindo a insistir há muito tempo, o caminho do nosso futuro tem de assentar muito claramente no aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira, no reforço da competitividade das nossas empresas e na redução do endividamento do País ao estrangeiro.
A todos os Portugueses, quer os que vivem no país, quer os que vivem no estrangeiro, desejo um ano de 2011 feito de trabalho e de paz, um ano feito de esperança.
A todos os Portugueses, desejo um Bom Ano Novo" (aqui)
No ano que agora terminou, Portugal foi confrontado com uma realidade que há muito se desenhava no horizonte.
A partir do 2º semestre de 2010 já ninguém pôde negar que o país atravessa uma situação de grave crise económica e financeira, a qual tem efeitos negativos no plano social.
Aquilo que para alguns era já uma evidência, para a qual na devida altura alertaram os Portugueses, foi finalmente reconhecido por todos, a começar pelos decisores políticos.
Não iludir a realidade é um sinal positivo e uma atitude responsável, pois representa o primeiro passo para mudar de rumo e corrigir a trajectória.
No ano de 2010 comemorou-se o centenário da República e os 25 anos da nossa adesão às Comunidades Europeias.
A República, a democracia e a integração na União Europeia constituem opções estratégicas que Portugal tomou no século XX. Em torno delas, formou-se um grande consenso nacional.
O regime republicano encontra-se plenamente consolidado ao fim de 100 anos de existência.
Por outro lado, é em democracia que todos aspiramos viver e ninguém deseja o regresso aos tempos da ditadura.
Por fim, nenhuma pessoa de bom senso pode questionar o acerto da opção que tomámos ao participar no projecto europeu e na moeda única, o euro.
Uma República democrática e integrada na União Europeia corresponde à síntese daquilo que somos e daquilo que queremos ser nos alvores deste novo milénio.
Os tempos que atravessamos são de grandes dificuldades. Seria faltar à verdade afirmar que essas dificuldades vão desaparecer no ano que agora começa.
Portugal tem hoje mais de 600 mil desempregados. O desemprego está a penalizar muito os mais jovens. A par disso, assistimos ao recrudescimento da pobreza em níveis que são intoleráveis.
É sobretudo nos tempos mais adversos que os sacrifícios têm de ser repartidos de uma forma justa por todos, sem excepções ou privilégios.
Perante as situações de pobreza e exclusão com que somos confrontados, pretender fugir aos sacrifícios é uma atitude que não se coaduna nem com os mais elementares princípios da ética republicana nem com o valor fundamental da coesão social.
A coesão social é um elemento-chave da coesão nacional. É imprescindível que estejamos unidos para enfrentar as dificuldades que atravessamos e que, repito, não irão desaparecer em 2011.
Os Portugueses deram mostras, ao longo do ano de 2010, que reconhecem o valor e a importância da coesão e da solidariedade.
O País foi afectado por intempéries naturais, na Madeira, nos Açores, no Continente.
Logo se geraram campanhas de apoio às famílias e aos cidadãos atingidos por essas situações de calamidade.
É também exemplar o modo como os Portugueses participaram nas campanhas lançadas pela sociedade civil com vista à recolha de produtos alimentares e bens de primeira necessidade.
Às instituições de solidariedade social e àqueles que se destacam no trabalho de voluntariado, em especial ao voluntariado jovem, quero, como Presidente da República, deixar uma palavra do meu maior apreço.
Um povo com tamanha generosidade dá-nos todas as razões para termos esperança e confiança.
É por tudo isto que considero essencial que 2011 fique marcado pela firmeza no combate ao desemprego e à pobreza.
Estou certo de que podemos vencer.
Vivemos nesta terra há muitas centenas de anos. A nossa História teve momentos tão ou mais difíceis do que este. Durante várias décadas, perdemos até a independência, mas soubemos reconquistá-la.
Atravessámos situações financeiras muito graves e hoje, todos temos de o reconhecer, possuímos uma vida melhor do que todas as gerações que nos precederam.
Portugal é, actualmente, um país mais justo, mais desenvolvido e mais livre do que o foi ao longo de toda a sua História.
É justamente por isso, porque temos capacidade de ultrapassar as dificuldades do presente, que temos de nos unir.
Não podemos deixar para trás os que mais precisam: os jovens que buscam emprego, os desempregados de longa duração, os idosos mais carenciados, os que sofrem a pobreza e a exclusão, as crianças em risco, os deficientes, as famílias que enfrentam grandes privações.
A luta para que estes Portugueses não sejam abandonados não é monopólio de ninguém, pois constitui responsabilidade de todos.
Como tenho vindo a insistir há muito tempo, o caminho do nosso futuro tem de assentar muito claramente no aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira, no reforço da competitividade das nossas empresas e na redução do endividamento do País ao estrangeiro.
A todos os Portugueses, quer os que vivem no país, quer os que vivem no estrangeiro, desejo um ano de 2011 feito de trabalho e de paz, um ano feito de esperança.
A todos os Portugueses, desejo um Bom Ano Novo" (aqui)
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