Segundo o Sol, "o presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) acusou o director de Informação da RTP de usar «frases feitas e clichés» para questionar o relatório sobre pluralismo partidário na televisão pública em 2009. «Pareceu-me que [os argumentos utilizados por José Alberto Carvalho na audição de hoje na Comissão de Ética da Assembleia da República] se tratava essencialmente de frases feitas e clichés, mas devo ser eu, seguramente, que não tenho capacidade para apreciar a profundidade da análise e da argumentação crítica do senhor director» de Informação da RTP, ironizou o presidente da ERC, Azeredo Lopes, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada. Nas declarações que prestou no Parlamento, onde foi ouvido a pedido do PSD, José Alberto Carvalho afirmou que os dados do regulador «pretendem impor à RTP critérios que não são jornalísticos, que não obedecem, aliás, a qualquer critério editorial», o que tem como consequência colocar a televisão pública «no centro do debate partidário» e obrigar a estação «a uma responsabilidade que não é sua». Segundo Azeredo Lopes, o relatório contestado pelo director da RTP não lança «qualquer suspeição sobre os jornalistas ou sobre o serviço público de televisão», reservando-se a «legítima interpretação política» dos relatórios da ERC ao «campo político». Azeredo Lopes salientou que, «do ponto de vista daquilo que estabelece a Constituição, a lei e o contrato de concessão, por muito que isso pareça incomodar o senhor director, é à ERC que compete fazer a avaliação». «Não é o senhor director que faz a auto-avaliação e o juízo que, seguramente, deve ser muito positivo, porque nunca vi ninguém fazer em público a autocrítica em relação ao seu próprio trabalho», acrescentou, insistindo no argumento de que «há instituições e competências previstas na lei». Azeredo Lopes disse também que a ERC enviou «uma versão preliminar [do relatório] e depois outra menos preliminar para a RTP se para pronunciar», mas a televisão pública não se pronunciou sobre o assunto numa altura em que tinha a oportunidade «de criticar e corrigir», considerando, por isso, «extraordinário que, não o tendo feito, venha agora proferir frases tão sapientes e tão categóricas, nomeadamente sobre a função de regulação». O pedido do PSD para audição de José Alberto Carvalho surgiu depois de documentos da ERC referentes a 2007, 2008 e 2009 terem verificado uma «sub-representação» do partido na RTP1, RTP2 e RTPN".
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