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De facto, segundo o site da SIC, "os partidos da oposição condenaram hoje na Assembleia da República as medidas do Governo na educação, criticando o reordenamento da rede escolar e os aumentos "irrisórios" dos apoios da ação social escolar. A abertura do ano escolar foi levada hoje ao debate parlamentar pelo PCP, com a deputada Rita Rato a acusar os socialistas de fazerem "no Governo o que criticam no projeto de revisão constitucional do PSD: a liquidação da escola pública e democrática, desvalorizando o que classificou de "zanga de comadres" entre os dois maiores partidos. No período de declarações políticas na primeira reunião plenária após as férias de verão, a deputada comunista afirmou que no início do ano escolar o Governo comportou-se "como um 'bulldozer'", ao fechar mais de 700 escolas e criando 86 mega-agrupamentos, "baseado em razões economicistas e classistas que visam desinvestir na educação e desfigurar a escola pública". Rita Rato criticou ainda o vídeo hoje divulgado da ministra da Educação, manifestando "a maior estranheza" em relação a esta mensagem de Isabel Alçada. O PCP condenou também a avaliação dos professores, que funciona como "um travão administrativo da progressão na carreira", o modelo de gestão escolar, a precariedade dos docentes, os apoios "claramente insuficientes" na ação social escolar e os cortes nas prestações sociais no ensino superior. Pelo CDS, José Manuel Rodrigues considerou que as comparticipações anunciadas pelo Executivo são "ridículas" e criticou a proposta do PCP de gratuitidade dos manuais escolares em todo o ensino, considerando que o país "não comporta financeiramente" esta medida e que o Estado "tem de dar a quem mais precisa, isto é, as famílias mais carenciadas". A deputada dos Verdes, Heloísa Apolónia, afirmou que muitos alunos "começam o ano letivo sem apoios sociais", questionando se o governo não terá contribuído assim "para uma absoluta discriminação social em função da condição económica das famílias". A deputada socialista Paula Barros acusou o PCP de estar sempre contra "tudo o que implique mudar ou reformar", considerando que "há matérias que merecem orgulho", entre as quais o reordenamento da rede escolar, as escolas que abriram, "criando melhores condições a milhares de alunos", as creches e equipamentos no pré-escolar, o concurso plurianual para professores e "o maior alargamento de sempre do apoio através da ação social escolar". O social democrata Pedro Duarte acusou o Executivo de José Sócrates de "falta de sensibilidade social" e de ter uma "política facilitista", considerando que a "justiça social e igualdade de oportunidades" deve começar na escola. Pelo Bloco de Esquerda, Ana Drago afirmou que os aumentos dos apoios da ação social escolar são "absolutamente miseráveis" e destacou que "hoje a ministra falou de metas que são importantes", como "a qualidade e equidade da escola pública", abordando assuntos como a reforma curricular, a redução do número de alunos por turma e a dignificação dos professores”.
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