Li no Publico que "mesmo no cenário mais ambicioso de aumento da entrada de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no futuro, perto de metade dos profissionais que sairão das faculdades até 2020 não será absorvida pelas unidades de saúde públicas, se as estimativas do estudo da Universidade de Coimbra (UC) se confirmarem. Basta reparar que as necessidades calculadas de recrutamento de pessoal de enfermagem para o sistema público oscilavam, para o período entre 2008-2020, entre os 14.239 (cenário de base populacional) e os 22.406 profissionais (cenário mais ambicioso, de "tendência"), de acordo com as contas efectuadas pela equipa da UC. E, em cada ano, estão a sair mais de 3500 profissionais das escolas de Enfermagem. A situação neste grupo profissional alterou-se completamente em menos de uma década. De uma falta gritante de enfermeiros passou-se para um excesso na oferta. À semelhança do que sucedeu em outros países, devido à escassez de enfermeiros, Portugal até se viu obrigado a contratar estrangeiros - que chegaram a representar mais de cinco por cento do total, em 2003. Em 2007, porém, o número de estrangeiros a praticar enfermagem no continente já correspondia apenas a 2,2 por cento do total. Em menos de uma década, houve um boom na capacidade formativa que, entre 1999 e 2007, cresceu cerca de 200 por cento. E, em 2007, encontrar de imediato um emprego no sistema público já só era possível para uma minoria: nesse ano em que o número de diplomados ascendeu a 3470, o SNS apenas absorveu 37 por cento do total, revela o estudo. Face a esta realidade, no grupo profissional dos enfermeiros, que é muito jovem ao contrário do que acontece com o dos médicos, deveria considerar-se a possibilidade de "haver já uma retracção" na oferta formativa, defende Helena Peixoto. Como 45 por cento da oferta é privada, "se calhar o ajustamento vai fazer-se por aí", adianta. "Não se pode manter este ritmo ad aeternum. É necessário trabalhar imediatamente a oferta de formação num plano estratégico claro de médio e longo prazo", corrobora a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa. Na OE, há 61 mil inscritos, mas este número inclui os reformados. No activo serão 40 e poucos mil, estima a bastonária. Maria Augusta Sousa lembra que a OE apresentou há mais de dois anos (Junho de 2008), ao Ministério do Ensino Superior, uma proposta neste sentido, entretanto também enviada para o Ministério da Saúde. Mas ainda não há resposta. "Esta é uma matéria sensível", explica". Leia tudo aqui.domingo, setembro 19, 2010
Pelo menos metade dos enfermeiros em formação não vai entrar no SNS...
Li no Publico que "mesmo no cenário mais ambicioso de aumento da entrada de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no futuro, perto de metade dos profissionais que sairão das faculdades até 2020 não será absorvida pelas unidades de saúde públicas, se as estimativas do estudo da Universidade de Coimbra (UC) se confirmarem. Basta reparar que as necessidades calculadas de recrutamento de pessoal de enfermagem para o sistema público oscilavam, para o período entre 2008-2020, entre os 14.239 (cenário de base populacional) e os 22.406 profissionais (cenário mais ambicioso, de "tendência"), de acordo com as contas efectuadas pela equipa da UC. E, em cada ano, estão a sair mais de 3500 profissionais das escolas de Enfermagem. A situação neste grupo profissional alterou-se completamente em menos de uma década. De uma falta gritante de enfermeiros passou-se para um excesso na oferta. À semelhança do que sucedeu em outros países, devido à escassez de enfermeiros, Portugal até se viu obrigado a contratar estrangeiros - que chegaram a representar mais de cinco por cento do total, em 2003. Em 2007, porém, o número de estrangeiros a praticar enfermagem no continente já correspondia apenas a 2,2 por cento do total. Em menos de uma década, houve um boom na capacidade formativa que, entre 1999 e 2007, cresceu cerca de 200 por cento. E, em 2007, encontrar de imediato um emprego no sistema público já só era possível para uma minoria: nesse ano em que o número de diplomados ascendeu a 3470, o SNS apenas absorveu 37 por cento do total, revela o estudo. Face a esta realidade, no grupo profissional dos enfermeiros, que é muito jovem ao contrário do que acontece com o dos médicos, deveria considerar-se a possibilidade de "haver já uma retracção" na oferta formativa, defende Helena Peixoto. Como 45 por cento da oferta é privada, "se calhar o ajustamento vai fazer-se por aí", adianta. "Não se pode manter este ritmo ad aeternum. É necessário trabalhar imediatamente a oferta de formação num plano estratégico claro de médio e longo prazo", corrobora a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa. Na OE, há 61 mil inscritos, mas este número inclui os reformados. No activo serão 40 e poucos mil, estima a bastonária. Maria Augusta Sousa lembra que a OE apresentou há mais de dois anos (Junho de 2008), ao Ministério do Ensino Superior, uma proposta neste sentido, entretanto também enviada para o Ministério da Saúde. Mas ainda não há resposta. "Esta é uma matéria sensível", explica". Leia tudo aqui.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário