"Já se sabe que o primeiro-ministro não é um homem fácil no trato com os seus adjuntos e assessores. A fama já vem de longe, dos tempos em que era ministro do Ambiente. Mas as coisas têm vindo a piorar desde que está à frente do Governo. E esta crise económica e financeira parece estar a ser a gota de água para os nervos de José Sócrates. Que o digam empresários e sindicalistas que, de vez em quando, têm pela frente o primeiro-ministro nas reuniões de concertação social. Habituados a uma ministra do Trabalho educada, simples, que conduz os encontros com grande cordialidade, ficaram seriamente preocupados quando foram convocados de emergência para uma reunião em que o primeiro-ministro ia explicar o pacote de austeridade, já conhecido de todos pela comunicação social. Sócrates falou e passou a ouvir os parceiros sociais. Nessa altura, o primeiro-ministro inclinou a cabeça sobre a mesa e assim ficou durante largo tempo. A dado passo, de forma inesperada, levantou a cabeça e desatou a berrar com tudo e com todos, particularmente com aqueles que teceram críticas ao pacote. Sentada ao seu lado, Helena André, ministra do Trabalho, não queria acreditar". (por António Ribeiro Ferreira, no Correio da Manhã, com a devida vénia).
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