segunda-feira, junho 28, 2010

Sondagem: PSD passa para a frente mas não chega à maioria absoluta

Escreve o jornalista do DN de Lisboa, Hugo Filipe Coelho, que "austeridade arrasta Sócrates para mínimos e deixa PS com o pior resultado da década. CDS dá maioria tangencial à direita. Com Passos Coelho ao leme, o PSD quebrou jejum de oito anos e aparece a liderar as intenções de voto dos portugueses, ainda que longe da maioria absoluta. Se as eleições legislativas se realizassem hoje, os sociais-democratas obteriam 37% dos votos, mais três por cento que os socialistas, de acordo com os resultados de uma sondagem da Universidade Católica para DN, JN, RTP e Antena 1. A troca de posições entre os dois maiores partidos explica-se sobretudo pela queda abrupta do Partido Socialista. José Sócrates sobreviveu ao inquérito parlamentar ao caso TVI, mas os socialistas estão a pagar muito caro o plano de austeridade do Governo. A descida de sete pontos, em relação à sondagem de Março, deixa o partido rosa com 34%. É o pior resultado em mais de uma década - desde que António Guterres se demitiu e Durão Barroso subiu ao poder -, e já dois pontos abaixo daquele conseguido nas legislativas de Setembro de 2009.
Em relação a Março, quando ainda era liderado por Manuela Ferreira Leite, o PSD sobe quatro pontos, os mesmos que o CDS de Paulo Portas - seu "parceiro de coligação natural" - desce (de 10% para 6%). Juntos os dois partidos somam 43%, o que deixa a direita na fronteira da maioria absoluta. À esquerda, o Bloco de Esquerda mantém-se com 6% das intenções de voto, muito aquém dos 9,82% conseguidos nas últimas legislativas. Já o Partido Comunista, que tem agitado a bandeira da contestação social às novas medidas de austeridade, subiu quatro pontos nos últimos três meses chegando aos 10% das intenções de voto dos portugueses. O número de indecisos (inquiridos que respondem não saber em quem votar) mantém-se elevado, nos 21%, valor que se explica pela novidade e desconhecimento da liderança do PSD e pelo facto de - apesar da tensão política e da minoria parlamentar que segura o Governo - não se verem legislativas no horizonte mais curto. A diferença que separa os dois de poder é considerada "não significativa" - não cai dentro do intervalo da margem de erro por uns escassos 0,1 pontos percentuais. Mas há uma clara inversão da tendência na avaliação que os portugueses fazem dos dois partidos. As opiniões sobre o Governo, que tomou posse há oito meses, são muito negativas. Apenas 20% dos inquiridos considera o trabalho do Executivo "bom". Enquanto, 42% considerou o desempenho "mau" e 30% chamou-lhe "muito mau" - uma subida de sete pontos em três meses. Somados: 72% chumbam o Governo Sócrates. O primeiro-ministro está ainda refém das expectativas dos portugueses. Apenas 17% julgam que o Governo pode fazer melhor. Já 38% julgam que o que está para vir será pior ainda. Se o Governo desilude, a oposição não é ainda vista como alternativa. Mais de metade dos portugueses (51%) considera que nenhum partido faria melhor do que o actual Governo, contra os 29% que julgam que sim. De notar que quando perguntados sobre que partido seria esse, a maioria dos inquiridos (51%) apontou para o PSD. Também neste indicador, Passos subiu nove pontos face ao último resultado de Ferreira Leite
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