quarta-feira, junho 30, 2010

Ronaldo: no lugar dele ficava indisponivel até resolverem o "caso"

No lugar de Ronaldo, sobretudo depois das declarações idiotas de Carlos Queiroz – um tipo que agrediu em público um jornalista apenas por discordar das opiniões dele! – sobre o jogador madeirense, no lugar dele, sinceramente, prescindia imediatamente da braçadeira de “capitão” da equipa e ia mais longe: suspendia a minha disponibilidade para com a selecção até que o “caso” seja devidamente esclarecido. Já uma vez escrevo que Ronaldo tem sido mal aconselhado, que depende excessivamente de um agente que ganhou a vida à custa dele, mas que não pode cometer erros estratégicos de comunicação, divulgado um comunicado no seu site, nas circunstâncias em que o fez, pressionando pelas declarações absurdas feitas sobre o desabafo de Ronaldo, acabando por dar deste jogador uma ideia de que o fez por medo. Ora sabendo-se como estas coisas funcionam, é mais do que evidente que Ronaldo tinha razões para sair chateado do balneário e é mais do que evidente que não foi ele a fazer o comunicado, mas sim o agente, a pensar mais nos sues interesses e menos no jogador. Depois do contrato com o Real, o agente de Ronaldo quer é acautelar-se, mesmo que possa querer ajudar o jogador. Ronaldo precisa obviamente de ser bem aconselhado, de ter uma assessoria de imprensa que o coloque como o centro das preocupações, que o aconselhe, que o recomende a falar ou a estar calado, que lhe dê conselhos e sugestões, desinteressadamente, por profissionalismo e amizade com o jogador que todos percebemos estar sujeito a forte pressão. Ronaldo é um dos melhores do mundo – para mim continua a ser o melhor - é uma fonte de rendimento para muitos, é natural que possa sentir-se frustrado, que por vezes sofra em silêncio e se sinta sozinho. Pelo percurso de vida que teve, pelo que sofreu, pelo que teve que lutar, pelo que representa hoje para milhares de jovens e crianças, para referência que continua a ser para o universo do futebol, Ronaldo não pode ser uma “peça” jogada de mãos em mãos por puro interesse, mas antes uma pessoa a ser apoiada, aconselhada, estimulada. Dizem que é vaidoso, que tem falta de humildade. Admito que tenha alguma coisa a rever neste domínio. Ele subiu muito em pouco tempo, é um jovem, foi surpreendido pelo seu sucesso, porventura faltou alguém ao seu lado que lhe indicasse o caminho. Ronaldo, dizem, é uma boa pessoa, é um bom profissional, empenhado, não merece esta falta de apoio, muito menos na sua terra. Por isso, depois do que Queiroz disse, eu no lugar dele manifestava a minha indisponibilidade para jogar mais pela selecção até que o assunto seja claramente explicado e o treinador assuma ao menos um comportamento digno e de rectidão como hoje o fizeram, e bem, Mourinho e Jorge Jesus, que apoiaram o madeirense e desvalorizaram os factos que deram origem ao que eu considero ser uma tempestade num copo de água. No lugar de Ronaldo, claramente enxovalhado em público pelo seleccionador que ameaçou (não esqueço, não quero relacionamentos fáceis com Ronaldo, se a camisola for pesada, saia, etc) a bola passava para as mãos do Presidente da FPF cabendo-lhe a ela resolver um diferendo que pode ter consequências futuras, pois quem conhece Queiroz sabe que é ma pessoa de relação difícil e vingativo. Veja-se a forma como “encostou” Deco e os socos no jornalista. Ronaldo não pode depois destas declarações, transformar-se num “pedinte” para continuar na selecção, ao estilo do “perdoa-me”, aceitando ser treinado por um tipo que o ameaçou e enxovalhou. Admito que não faltarão os que darão palmadas nas costas – claro está, os “amigos da onça”e…dos euros! - que dirão que não, que ele deve continuar e esquecer. Mas Ronaldo não em direito à sua dignidade própria? Quem é Queiroz para dizer o que disse, da forma que o disse, inclusivamente ameaçando jornalistas que sobre ele têm escrito? Um homem que nem coragem teve ara assumir os seus erros que andou a fazer experiências na selecção, que inventou e que nunca fez nada de realce nos comandos de clubes por onde passou. Os títulos mundiais que volta e meia fala, ficam a dever-se a um naipe de jogadores que treinou, jogadores de uma “outra dimensão” que lhe garantiam uma selecção vencedora. Neste caso foi o que se viu. Um apuramento de Portugal à “rasca” para a fase final, exibições fracas, enfim, atributos que em nada beneficiam o técnico e muito menos lhe dão autoridade para falar de Ronaldo da forma que o fez.

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