E agora Sócratres? Espanha atrasa troço do TGV para Lisboa...

Diz o Publico, num texto dos jornalistas Carlos Cipriano e Nuno Ribeiro, que "são 6,3 quilómetros cuja abertura de propostas económicas estava marcada para a passada segunda-feira. A Espanha decidiu atrasar os procedimentos para a construção de um troço da linha do TGV, de alta velocidade ferroviária, entre a capital espanhola e Lisboa. As autoridades espanholas reiteram, contudo, o compromisso de que a ligação estará concluída nos prazos previstos, ou seja, em 2013. Um anúncio no “Boletim Oficial do Estado”, equivalente ao “Diário da República”, em Portugal, publicado no passado sábado, 29 de Maio, revelava esta decisão. Uma resolução do presidente da entidade Pública Empresarial Administradora de Infra-Estruturas Ferroviárias dava conta do “adiamento da abertura de propostas económicas do projecto de construção da plataforma da Linha de Alta Velocidade Madrid - Extremadura, Navalmoral de la Mata-Cáceres, entre a barragem de Alcântara e Garrovilas”. Trata-se de um troço de 6,3 quilómetros e a abertura das propostas estava agendada para a última segunda-feira, 31 de Maio. Segundo consta do texto do próprio anúncio, a decisão foi tomada “por razões de interesse geral”, adiantando-se que a nova convocatória, sem data marcada, será publicada no boletim oficial espanhol e no “Diário das Comunidades Europeias”. “Este adiamento terá a ver com a análise em curso dos projectos de obras públicas, mas mantêm-se todos os compromissos recentemente reiterados pelos dois países”, disse, ao Público, um porta-voz do Ministério do Fomento. Esta fonte referia-se à conversa telefónica mantida na noite de 20 de Maio entre os dois ministros da tutela, António Mendonça e José Blanco. Na terça-feira, o responsável do Fomento de Espanha abordou a tarefa ciclópica do seu Ministério para adequar os investimentos ao plano de cortes de austeridade de 6,4 mil milhões de euros até ao final do próximo ano. “Isto não se faz de um dia para o outro”, indicou o ministro Blanco, explicando que há que reprogramar cerca de três mil obras de vários projectos. É neste encaixar do “puzzle” que se encontram os peritos do Ministério do Fomento. Um trabalho técnico, sem “timings” marcados, que depois passará pelo crivo da decisão política. Se está confirmado o compromisso da ligação de TGV Madrid-Lisboa, outros projectos de alta velocidade em Espanha serão reponderados e muitos abandonados. Uma tarefa complicada quando, no Outono próximo, com as eleições regionais na Catalunha, a Espanha inicia um novo ciclo eleitoral que se prolonga até meados de 2011, com a ida às urnas nas Comunidades e nos Municípios. Para evitar agravos comparativos, o Governo espanhol está a elaborar uma grelha para a decisão. Para além do impacto económico e da singularidade de cada projecto, outros factores serão ponderados".