Jornalismo: optimismo europeu em tempos de crise...
Vá lá que nem tudo são nuvens negras para o jornalismo. Na Europa, o optimismo parece contrastar com o que se passa nos EUA e em todo o mundo. Segundo o Publico, num texto intitulado "Axel Springer: o caso alemão de sucesso", Mathias Döpfner, patrão do maior grupo de jornais alemão, a Axel Springer, "não tem medo da crise. "Uma empresa de media falida é melhor do que uma empresa de media controlada pelo Governo", disse ontem mesmo numa entrevista ao concorrente Der Spiegel. Mas Döpfner fala com o conforto que a situação da Axel Springer oferece, apesar dos tempos difíceis: a empresa teve o maior lucro da sua história de 62 anos em 2008 e aumentou 5,8 por cento as vendas.Na sede da Axel Springer, em Berlim, não se fala de crise ou em como sobreviver à revolução digital, apesar de a imprensa norte-americana, tida como de referência mundial, se estar a desmoronar e dos casos de títulos europeus ameaçados serem cada vez mais. Döpfner prefere pensar antes em oportunidades para se expandir, talvez comprar alguns títulos alemães ou no Leste da Europa. E quem sabe inaugurar uma nova era entrando no mercado norte-americano?"Não acredito no fim do jornalismo", lança o patrão do grupo, de apenas 46 anos, que confessa até que vê na crise uma oportunidade de crescimento. "Penso que a crise pode ter um impacto positivo para algumas empresas de media. O número de empresas diminuirá, mas os que sobreviverem ficarão mais fortes após a crise", disse no final do passado mês de Março ao New York Times.A crise ameaça também a imprensa europeia. A imprensa francesa, por exemplo, aceitou receber o dobro de apoio financeiro do Estado, no início deste ano, para se erguer (prometendo com isso investir e reestruturar-se para resistir). Estes novos apoios foram muito criticados por, segundo alguns, colocarem a independência dos jornais em causa. Mas o facto é que a quebra de circulação dos jornais europeus, mais virados para os leitores do que para a publicidade escassa, tem sido muito menos dramática do que nos EUA.Para Mathias Döpfner, há que tirar partido dessa pequena vantagem europeia e apostar no que vale a pena: "O futuro pertence aos jornalistas cidadãos e aos blogues. Mas isso não tem nada a ver com jornalismo. Alguém confundiu aqui tudo." "Os jornais e as revistas são ainda os meios mais eficazes e poderosos, tanto do ponto de vista dos leitores como da publicidade", diz o responsável do Bild, que já tira 14 porcento dos seus dividendos da Internet. "Impressiona-me a maneira masoquista como muitos jornalistas anunciam o fim desta indústria".
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