Li na RTP que "o secretário-geral do PSD, Ribau Esteves, admitiu hoje que Luís Filipe Menezes ainda poderá recandidatar-se à liderança do partido, sublinhando a necessidade de esperar pela sua "decisão definitiva"."Tem que se esperar pela decisão definitiva [de Menezes], que será ou no Conselho Nacional ou até ao prazo limite para apresentação das candidaturas", afirmou Ribau Esteves, em Caminha, à margem da I Convenção Autárquica do Alto Minho do PSD. "Se Luís Filipe Menezes for candidato, se a sua decisão for essa, tem o meu pleno apoio", acrescentou. Ribau Esteves disse que há uma "onda de solidariedade muito forte" com a atitude do líder demissionário e "muita gente absolutamente pronta e disponível" para apoiar uma eventual recandidatura de Menezes. "Mesmo muita gente que não o apoiou há seis meses atrás", disse". Ribau é um rapaz esperto! Vejam este diálogo que saiu hoje no Expresso, da jornalista Angela Silva: "A tarde em que Ribau não acertou uma - O leitor não se assuste. Este ‘almoço no Pabe’ foi antes de Menezes se demitir. Ribau estava a leste. À hora do almoço Ribau Esteves, secretário-geral do PSD, não fazia a mínima ideia de que Menezes ia demitir-se. Este texto exige uma nota prévia - Ribau Esteves almoçou com o Expresso no Pabe horas antes de Luís Filipe Menezes anunciar a demissão e, se não estava a leste do terramoto que aí vinha, o secretário-geral do PSD é um magnífico actor. Encontrámo-nos à uma da tarde e pusemos a ‘Visão’ em cima da mesa. A entrevista de José Pedro Aguiar Branco a reafirmar-se disponível para liderar o partido era tema do dia - apesar do anormal «derby» da véspera, todos os noticiários lhe reservaram espaço - e Ribau Esteves sabia ao que ia: ‘‘Sim, passei os olhos pela entrevista. Não tem qualquer relevância’’.
Importa-se de repetir? ‘‘Além de não dar qualquer contributo para fortalecer o PSD e mudar o rumo do país, é uma entrevista sem novidade. Aguiar Branco já esteve para ser candidato há sete meses, depois não foi. Ele sabe que as bases não o querem’’.
Na altura, não suspeitávamos como esta última frase do secretário-geral - quem quererão as bases? - viria a ganhar tanta oportunidade em tão pouco tempo. Que a crise alastrara no partido sabia-se, que a oposição a Menezes tinha um plano para o derrubar até ao fim do ano, também. Mas a pacatez do almoço em nenhum momento deixou antever que o fim do ano, afinal, chegaria ao fim da tarde.
Descontraído, supercomunicativo, um pouco, até, ‘picareta falante’, Ribau Esteves só por uma vez denunciou o cansaço de alma do amigo Menezes com a intriga no PSD - ‘‘não vejo ninguém mais preocupado do que o presidente do partido’’ - mas manteve-se fiel à tese de que o líder só sairia ‘à bomba’.
‘‘Vivemos um ciclo em que não há directas pela frente e em circunstância alguma admito directas antecipadas’’, eis a tese de Ribau para acompanhar a empada de perdiz, que quase se esqueceu de comer de tanto falar. ‘‘Só haveria uma hipótese para antecipar a disputa interna: o presidente do partido demitir-se. Mas não admito que o faça’’. E se houver um plano em marcha para o derrubar? E se as sondagens não pararem de dar o PSD em queda? É verdade que Menezes é psicologicamente frágil e pode desistir? Ribau Esteves não se deixa desviar facilmente: ‘‘Se o ruído continuar, vamos em frente. Temos uma legitimidade que nenhum outro líder teve e os que não trabalharem connosco vão ter um problema. Vão desaparecer do mapa’’. É a ameaça de varridela nas listas de deputados e o secretário-geral defende que ‘‘o partido não pode ter os eternos. Hoje está o A, amanhã estará o B’’.
Eram três da tarde e Menezes ainda estava na liderança do partido. ‘‘Sobremesa? É claro que quero. Comi pouquíssimo’’. Pudera! Falou muito. Mas está, apesar de tudo, mais contido.
Hoje, e ao contrário de quando chegou de Ílhavo a Lisboa, para ajudar o líder a organizar o PSD, Ribau Esteves já não diz se admite candidatar-se ele próprio ao lugar cimeiro do partido. ‘‘Nunca mais responderei a isso. Aprendi que falamos verdade em cada momento’’. Admite, é evidente.
‘‘As bases não querem Aguiar Branco’’. Aguiar Branco quer ser candidato? Às três da tarde de quinta-feira, Ribau Esteves aconselhava-o a esperar sentado. ‘‘É inteligente ele dizer na entrevista que, com Menezes, não será deputado. Deve saber que como deputado faz pouco, porque tem muitas avenças. As bases não o querem. Querem paz e até nos dizem: não lhes respondam’’. O telemóvel de Ribau esteve sempre sobre a mesa e foram caindo mensagens lidas na hora sem sobressalto. Aparentemente, nenhuma delas prenunciava o que aí vinha. Ribau Esteves sabia que Menezes daria uma entrevista à SIC depois do jantar (que não deu). Ele rumaria mais uma vez ao Norte (continua presidente da Câmara de Ílhavo) porque sabe que o essencial se joga aí, no terreno. Por essas e por outras, mal vê o filho de 13 anos que levou ao Congresso do PSD/Madeira para estarem juntos. ‘‘Ele é inteligente e segue os conselhos do pai’’. E se um dia quiser aderir ao BE? ‘‘Íamos ter uma discussão e eu acho que ganho’’.
Noutra mesa do Pabe, Pinto Balsemão, militante nº1 do PSD, almoçava com Miguel Veiga, histórico militante do Porto e nenhum deles apoiante do actual líder do partido. Seguramente também falaram de quem poderá ganhar a quem. Ribau acredita que Sócrates é derrubável nas legislativas e António Costa nas autárquicas. E embora negue coligações à partida com o CDS/PP, não as afasta pós-eleitorais com o ‘‘parceiro natural’’. Isto apesar do ‘‘dr. Portas ser dos que chegam à praia e piscam o olho para todo o lado’’. Piscar o olho aos militantes de base e engrossar o universo que poderá ser chamado a escolher futuros líderes é uma prioridade para Ribau, que anuncia campanhas de angariação de novos militantes e de recuperação dos que saíram. Deve ser a isto que Pacheco Pereira se refere quando denuncia adesões em massa no Norte para Meneses engrossar as tropas para o combate. Às quatro e meia da tarde, depois de muito se queixar do desequilíbrio de tratamento que a comunicação social dá ao PSD (‘‘que espaço é que vão reservar para a volta do líder do partido pelo país? Mais do que para a intriga interna?’’), Ribau Esteves saiu como entrou. ‘‘De bem com a vida. Graças a Deus. E graças a mim’’. Faltavam cinco horas para Menezes deitar fora as nossas três horas e meia de amena cavaqueira e Ribau nunca mais teve o telefone disponível. Para quem acha que ‘‘a política para ser forte é bom que se estribe no óbvio’’, convenhamos que esta quinta-feira passou das marcas". Pior é que Ribau não tenha visto esta entrevista...
Importa-se de repetir? ‘‘Além de não dar qualquer contributo para fortalecer o PSD e mudar o rumo do país, é uma entrevista sem novidade. Aguiar Branco já esteve para ser candidato há sete meses, depois não foi. Ele sabe que as bases não o querem’’.
Na altura, não suspeitávamos como esta última frase do secretário-geral - quem quererão as bases? - viria a ganhar tanta oportunidade em tão pouco tempo. Que a crise alastrara no partido sabia-se, que a oposição a Menezes tinha um plano para o derrubar até ao fim do ano, também. Mas a pacatez do almoço em nenhum momento deixou antever que o fim do ano, afinal, chegaria ao fim da tarde.
Descontraído, supercomunicativo, um pouco, até, ‘picareta falante’, Ribau Esteves só por uma vez denunciou o cansaço de alma do amigo Menezes com a intriga no PSD - ‘‘não vejo ninguém mais preocupado do que o presidente do partido’’ - mas manteve-se fiel à tese de que o líder só sairia ‘à bomba’.
‘‘Vivemos um ciclo em que não há directas pela frente e em circunstância alguma admito directas antecipadas’’, eis a tese de Ribau para acompanhar a empada de perdiz, que quase se esqueceu de comer de tanto falar. ‘‘Só haveria uma hipótese para antecipar a disputa interna: o presidente do partido demitir-se. Mas não admito que o faça’’. E se houver um plano em marcha para o derrubar? E se as sondagens não pararem de dar o PSD em queda? É verdade que Menezes é psicologicamente frágil e pode desistir? Ribau Esteves não se deixa desviar facilmente: ‘‘Se o ruído continuar, vamos em frente. Temos uma legitimidade que nenhum outro líder teve e os que não trabalharem connosco vão ter um problema. Vão desaparecer do mapa’’. É a ameaça de varridela nas listas de deputados e o secretário-geral defende que ‘‘o partido não pode ter os eternos. Hoje está o A, amanhã estará o B’’.
Eram três da tarde e Menezes ainda estava na liderança do partido. ‘‘Sobremesa? É claro que quero. Comi pouquíssimo’’. Pudera! Falou muito. Mas está, apesar de tudo, mais contido.
Hoje, e ao contrário de quando chegou de Ílhavo a Lisboa, para ajudar o líder a organizar o PSD, Ribau Esteves já não diz se admite candidatar-se ele próprio ao lugar cimeiro do partido. ‘‘Nunca mais responderei a isso. Aprendi que falamos verdade em cada momento’’. Admite, é evidente.
‘‘As bases não querem Aguiar Branco’’. Aguiar Branco quer ser candidato? Às três da tarde de quinta-feira, Ribau Esteves aconselhava-o a esperar sentado. ‘‘É inteligente ele dizer na entrevista que, com Menezes, não será deputado. Deve saber que como deputado faz pouco, porque tem muitas avenças. As bases não o querem. Querem paz e até nos dizem: não lhes respondam’’. O telemóvel de Ribau esteve sempre sobre a mesa e foram caindo mensagens lidas na hora sem sobressalto. Aparentemente, nenhuma delas prenunciava o que aí vinha. Ribau Esteves sabia que Menezes daria uma entrevista à SIC depois do jantar (que não deu). Ele rumaria mais uma vez ao Norte (continua presidente da Câmara de Ílhavo) porque sabe que o essencial se joga aí, no terreno. Por essas e por outras, mal vê o filho de 13 anos que levou ao Congresso do PSD/Madeira para estarem juntos. ‘‘Ele é inteligente e segue os conselhos do pai’’. E se um dia quiser aderir ao BE? ‘‘Íamos ter uma discussão e eu acho que ganho’’.
Noutra mesa do Pabe, Pinto Balsemão, militante nº1 do PSD, almoçava com Miguel Veiga, histórico militante do Porto e nenhum deles apoiante do actual líder do partido. Seguramente também falaram de quem poderá ganhar a quem. Ribau acredita que Sócrates é derrubável nas legislativas e António Costa nas autárquicas. E embora negue coligações à partida com o CDS/PP, não as afasta pós-eleitorais com o ‘‘parceiro natural’’. Isto apesar do ‘‘dr. Portas ser dos que chegam à praia e piscam o olho para todo o lado’’. Piscar o olho aos militantes de base e engrossar o universo que poderá ser chamado a escolher futuros líderes é uma prioridade para Ribau, que anuncia campanhas de angariação de novos militantes e de recuperação dos que saíram. Deve ser a isto que Pacheco Pereira se refere quando denuncia adesões em massa no Norte para Meneses engrossar as tropas para o combate. Às quatro e meia da tarde, depois de muito se queixar do desequilíbrio de tratamento que a comunicação social dá ao PSD (‘‘que espaço é que vão reservar para a volta do líder do partido pelo país? Mais do que para a intriga interna?’’), Ribau Esteves saiu como entrou. ‘‘De bem com a vida. Graças a Deus. E graças a mim’’. Faltavam cinco horas para Menezes deitar fora as nossas três horas e meia de amena cavaqueira e Ribau nunca mais teve o telefone disponível. Para quem acha que ‘‘a política para ser forte é bom que se estribe no óbvio’’, convenhamos que esta quinta-feira passou das marcas". Pior é que Ribau não tenha visto esta entrevista...
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