O "Expresso" e o atentado (pensado pelos socialistas) contra João Jardim
Com o título "Socialistas planearam pôr bomba na casa de Jardim" e da autoria do jornalista Michael Pereira, o "Expresso" publica hoje esta notícia: "A proposta foi votada e chumbada no final dos anos 70 no Secretariado do partido no Funchal. Durante a luta pela independência da Madeira, no Verão de 1977, a direcção regional do PS ponderou partir para a acção armada e colocar duas bombas em alvos precisos, como retaliação aos atentados a dois dirigentes socialistas reivindicados pela FLAMA, a Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira, uma organização terrorista de direita que exigia a expulsão de comunistas e socialistas da ilha. Os alvos estiveram para ser as casas de António Gil, fundador do PSD no arquipélago e pai do actual vice-presidente do Governo Regional (Cunha e Silva), e de Alberto João Jardim, na altura líder parlamentar social-democrata na Assembleia Regional e director do ‘Jornal da Madeira’. A revelação foi feita ao Expresso pelo actual líder do PS-Madeira, João Carlos Gouveia, e pelo próprio autor da proposta em 1977, Américo Pereira, que à época era dirigente do PS-Madeira e membro do Secretariado do partido no Funchal. “Arranjei o dinamite, que ainda hoje deve estar onde o enterrei, mas a proposta foi chumbada numa reunião do Secretariado”, recorda Américo Pereira. “Jardim incentivava a população contra a esquerda e defendia a bandeira da FLAMA”. Os atentados foram pensados depois de um incidente entre Jardim e Duarte Caldeira. “Não me lembro dessa proposta, mas se votei, votei contra”, diz Duarte Caldeira, que lembra o incidente com o actual presidente do Governo Regional da Madeira: “Eu era da Comissão Política Nacional do PS e tinha regressado de uma reunião em Portalegre, onde fiz aprovar uma moção contra a atitude do Governo Regional da Madeira (já então PSD), por perseguir os socialistas e não lhes dar liberdade de expressão. Expliquei na Assembleia Regional a moção de Portalegre e, em resposta, Jardim fez uma intervenção que foi como se emanasse uma ordem para alguém me atacar. Eu co-responsabilizei-o naquele momento pelo que me viesse a acontecer”. Quatro dias depois, os carros de Duarte Caldeira e da sua mulher eram incendiados à porta de casa, acirrando os ânimos dos socialistas madeirenses"!. Como é habitual há sempre nestes espalhafatos "pormenores" que retiram consistência às notícias: "Durante a luta pela independência da Madeira, no Verão de 1977..."? Desde quando? As primeiras eleições regonais não foram no Verão de 1976 e a primeira Constituição não foi aprovada em 1976? Será que vamos ter que reescrever a história do pós-25 de Abril em Portugal?
Sem comentários:
Enviar um comentário