quinta-feira, janeiro 09, 2020

Nota: o que precisamos saber é o que ganha a Madeira com a abstenção dos deputados do PSD-Madeira

Está desvendado o tabu: o líder do PSD-Madeira recomendou aos deputados social-democratas madeirenses que na votação na generalidade da proposta do Orçamento de Estado par 2020, sexta-feira na Assembleia da República, adoptem uma posição de abstenção.
Esta decisão, mais do que “provocar” Rui Rio, líder do PSD, também suscitou comentários críticos do patético Montenegro, um dos mais absurdos rostos do “passismo” que destruiu o PSD, Montenegro esse que em pelo menos duas situações anteriores, durante esse “passismo” de má memória (para o PSD que continua a pagar hoje pelos erros cometidos e pelas idiotices incompetentes que marcaram esse período já que deixaram que a geringonça brilhasse e o PS ganhasse as eleições de 2019 com uma banhada), protagonizou casos de perseguição a deputados do PSD-M aos quais foram levantados processos disciplinares, feitas públicas críticas e alguns deles obrigados até a mudar de lugar no hemiciclo e a verem reduzida a sua actividade e capacidade de iniciativa parlamentar.
Montenegro e Rio têm que perceber uma coisa e meter na tola de uma vez por todas o seguinte: a realidade do PSD-Madeira é diferente da que ocorre com o PSD-Açores ou o PSD nacional. Política e eleitoralmente falando. Ou seja, enquanto na Madeira – mesmo depois dos resultados eleitorais que deixam muitas dúvidas e preocupações quanto ao futuro – nas regionais de 2019, a verdade é que o PSD-M graças a uma coligação com o CDS-M - sobre a qual não vou falar – garantiu a sua continuidade no poder e a desejada “cadeira” do poder que tanto queriam e que tudo farão para a manter (sei do que falo…).
Ao invés disso, nos Açores – onde há uma vergonhosa travessia no deserto com quase duas décadas e não sei quantos líderes falhados – e no Continente, onde o PSD foi destruído pelo “passismo” arrogante, convencido, incompetente, desumano e patético que se limitou a deixar uma herança ao PS de Costa e seus aliados de esquerda - quer para tomarem de assalto o poder em 2015, quer depois para conquistar a vitória eleitoral em 2019 – nenhum deles é poder, nenhum deles tem responsabilidades governativas, nenhum deles tem nada para negociar a não ser mostrarem que são ao menos, pelo menos isso, de uma oposição competente e que demonstre que são a alternativa que dizem ser mas tardam em mostrar.

Eu não sei que negócio foi feito com Lisboa, que garantias tem Miguel Albuquerque e o PSD-M de que as promessas de Costa e Centeno são confiáveis. Não sei também o que é que em concreto a Madeira ganha com as promessas de alteração orçamentais – que apenas podem ser feitas na discussão na especialidade, alterações essas que precisam de ser aprovadas em Comissão, algo que o PS sozinho não consegue garantir porque não tem a maioria absoluta dos votos. Espero que depois da votação de 6ª feira alguém venha publicamente esclarecer as pessoas enumerar os ganhos com a abstenção dos 3 deputados do PSD-M, identificando tudo o que foi negociado com Lisboa, o que foi aceite e o que foi recusado pela dupla Costa e Centeno. Isto porque as reacções do PS-M, que classificou de “farsa” estes episódios (ou inventou como é habitual, lançando meras bocas de partido ressabiado e da oposição, ou então saberão os socialistas locais de algo em concreto o que duvido muito, sobretudo depois de terem feito a cama” a Cafofo e de terem irritado Costa), confundiram as pessoas e à falta da verdade dos factos, lançam confusão e alimentam a dúvidas especulativas. Os madeirenses precisam de ser devidamente informados e não manipulados por fontes que filtram na origem (política) as informações, apenas passando para o exterior uma parte muito pequena da história mal contada por causa disso. Isto tem que acabar. E um dia destes, quem sabe se falarei de novo sobre a Saúde e o que se passou com o deputado do CDS, Mário Pereira, por quem pessoalmente não nutro qualquer tolerância, embora isso não deva, não pode, condicionar uma análise séria da realidade. Ou saber o que vai acontecer afinal à minha antiga colega de Liceu, Filomena Gonçalves, etc. Porque é tudo muito estranho.
Com o devido respeito os problemas da Saúde na Madeira não se limitam a isto, nem sequer aceito que a prioridade imediata dos madeirenses tenha a ver apenas com esta importante (tardia, infelizmente) obra pública que deverá demorar cinco ou seis anos a concretizar-se. Supostamente havia muito mais em cima da mesa...(LFM)

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