Aliás eu sei – e
podem desmentir-me mas esta é a verdade, e sei do que falo - que no seio do GP
socialista em São Bento a eventual dependência do OE-2020 do pretenso voto
favorável dos 3 deputados do PSD-Madeira tem gerado fortes críticas e
contestação, em grande medida devido ao facto de 2020 ser ano de eleições
regionais nos Açores, onde o PS é poder e onde a aposta tem que ser forte, mais
forte que na Madeira, dada a progressiva degradação de alguns aspectos cruciais
da governação socialista açoriana. Em São Bento temem que uma pretensa
dependência do OE-2020 do voto dos laranjas madeirenses incomodaria os
socialistas açorianos e poderia retirar-lhes votos em Outubro, porque apesar de
serem regiões insulares portuguesas e ultraperiféricas europeias com muitos problemas comuns, a
rivalidade alimentada pela diferente responsabilidade partidária pela
governação regional, é factual.
Embora não
acredite na disponibilidade do governo de Costa e Centeno para dar ao PSD-M
seja o que for (para além da excepção do Hospital porque seria uma vergonha não
haver uma decisão no OE-2020 por tudo o que aconteceu antes), reconheço que não
estou na posse de todos os dados necessários a uma apreciação séria deste tema.
Concretamente, não sei que negociações existiram entre o Funchal e Lisboa, se é que
existiram, que reivindicações foram postas em cima de mesa de Centeno pelo Funchal,
que resposta mereceram de Lisboa essas reivindicações madeirenses, quais os
valores que estamos a falar, que obras serão abrangidas por um eventual acordo –
repito, no qual tenho muitas dúvidas que se confirme, até pela pressão que
Costa está a fazer para que seja a esquerda (PCP e Bloco e a colagem do PAN) sua
antiga parceira do anterior governo da geringonça – que avanços conseguiram no
caso do ferry, da mobilidade, dos valores em atraso reclamados pela RAM a Lisboa,
pela descida mais acentuada (e não esmolas ridículas dada por Centeno há dias) no
caso dos juros cobrados pela República à Madeira que continua a chular os
madeirenses com os juros cobrados nos pelos empréstimos contraídos pela RAM em
2011/2012, junto da banca, particularmente as operações financeiras impostas
pelo Passos e pelo Gaspar no quadro do PAEF.
A tudo isso acresce
que não sei qual será a atitude do PSD nacional no caso de uma “revolta” dos 3
deputados insulares., O “negócio” tem por isso que valer a pena, pois se estes
fizeram o que os bandalhos do passismo fizeram – processos disciplinares, perseguições
aos nossos deputados, até mudanças de cadeiras no hemiciclo, retirada de
iniciativas, etc – os 3 deputados social-democratas madeirenses arriscaram-se a
serem humilhados pela sua própria bancada e eventualmente alvo de processos
disciplinares (LFM)
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