terça-feira, janeiro 07, 2020

Nota: o PSD-M e o "negócio" em que não acredito

Eu não acredito que Costa e Centeno queiram negociar seja o que for com a Madeira. Eles não querem nada, não querem compromissos e tudo farão para que o voto dos deputados social-democratas madeirenses no parlamento nacional, não seja decisivo para que o OE-2020 seja aprovado.
Aliás eu sei – e podem desmentir-me mas esta é a verdade, e sei do que falo - que no seio do GP socialista em São Bento a eventual dependência do OE-2020 do pretenso voto favorável dos 3 deputados do PSD-Madeira tem gerado fortes críticas e contestação, em grande medida devido ao facto de 2020 ser ano de eleições regionais nos Açores, onde o PS é poder e onde a aposta tem que ser forte, mais forte que na Madeira, dada a progressiva degradação de alguns aspectos cruciais da governação socialista açoriana. Em São Bento temem que uma pretensa dependência do OE-2020 do voto dos laranjas madeirenses incomodaria os socialistas açorianos e poderia retirar-lhes votos em Outubro, porque apesar de serem regiões insulares portuguesas e ultraperiféricas europeias com muitos problemas comuns, a rivalidade alimentada pela diferente responsabilidade partidária pela governação regional, é factual.
Embora não acredite na disponibilidade do governo de Costa e Centeno para dar ao PSD-M seja o que for (para além da excepção do Hospital porque seria uma vergonha não haver uma decisão no OE-2020 por tudo o que aconteceu antes), reconheço que não estou na posse de todos os dados necessários a uma apreciação séria deste tema. Concretamente, não sei que negociações  existiram entre o Funchal e Lisboa, se é que existiram, que reivindicações foram postas em cima de mesa de Centeno pelo Funchal, que resposta mereceram de Lisboa essas reivindicações madeirenses, quais os valores que estamos a falar, que obras serão abrangidas por um eventual acordo – repito, no qual tenho muitas dúvidas que se confirme, até pela pressão que Costa está a fazer para que seja a esquerda (PCP e Bloco e a colagem do PAN) sua antiga parceira do anterior governo da geringonça – que avanços conseguiram no caso do ferry, da mobilidade, dos valores em atraso reclamados pela RAM a Lisboa, pela descida mais acentuada (e não esmolas ridículas dada por Centeno há dias) no caso dos juros cobrados pela República à Madeira que continua a chular os madeirenses com os juros cobrados nos pelos empréstimos contraídos pela RAM em 2011/2012, junto da banca, particularmente as operações financeiras impostas pelo Passos e pelo Gaspar no quadro do PAEF.
A tudo isso acresce que não sei qual será a atitude do PSD nacional no caso de uma “revolta” dos 3 deputados insulares., O “negócio” tem por isso que valer a pena, pois se estes fizeram o que os bandalhos do passismo fizeram – processos disciplinares, perseguições aos nossos deputados, até mudanças de cadeiras no hemiciclo, retirada de iniciativas, etc – os 3 deputados social-democratas madeirenses arriscaram-se a serem humilhados pela sua própria bancada e eventualmente alvo de processos disciplinares (LFM)

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