quinta-feira, janeiro 16, 2020

PS-M: Carlos Jardim vai ter que "partir muita pedra"

Esta semana ficamos a saber que Carlos Jardim confirmou que vai oficializar a candidatura à presidência do PS-Madeira, logo após a marcação do conselho regional, que deve acontecer no próximo mês. Segundo foi divulgado pelo JM, o socialista entende que o partido está “ferido” após não ter conseguido concretizar os resultados ambiciosos perspectivados para as três últimas eleições e acredita ter condições para pacificar as hostes, dentro do aparelho ‘rosa’.
“Tenho sido contactado por muitos militantes que me têm instado a uma candidatura. Os militantes de base sentem que é preciso um novo arranque, um recomeço, neste novo ciclo. Querem alguém que consiga unir o partido e vêem em mim essa pessoa”, afirmou o antigo administrador da empresa municipal Frente MarFunchal.
Pessoalmente duvido, muito sinceramente, que Carlos Jardim tenha possibilidade ainda - ninguém, sabe no futuro o que poderá ocorrer... - de convencer os desiludidos militantes socialistas, que olham com desconfiança para todas estas jogadas de bastidores no PS-M, a votarem nele, até porque, há que dizer abertamente, apesar das suas qualidades - e há muita gente que o elogia, até pessoas próximas de Cafofo - não é neste momento um militante suficientemente conhecido das bases socialistas e com uma imagem pública que possa minimizar esse desconhecimento que é factual. Acho que Carlos Jardim vai ter que "partir ainda muita pedra", construir o seu espaço mediático, marcar presença regular nos meios de comunicação social, dando-se a conhecer e às suas ideias, falando sobre o que interessa para dentro do partido e só depois disso, em função da receptividade de possa ou não conquistar é que deve avaliar as suas possibilidades partindo sempre desta lógica e não de qualquer "empurrão" oportunista que outros lhe possam dar: nas directas do PS-M participam apenas os militantes que cumpram os itens do regulamento que será aprovado.
A opinião pública em geral não participa nesse processo, pelo que o discurso original e inicial de CJ deve ser apontado para o partido, para os militantes e as estruturas concelhias. Ou seja, esta sua primeira candidatura pode ser um teste, pode atrair o apoio de quem está contra Câmara e Cafofo e a jogada que eles montaram para as regionais de Setembro e que saiu furada, e as legislativas de Outubro que podem ter correspondido ao que alguém delas esperava em termos de mandatos e de quem os preencheu.
Apesar de tudo, julgo que será uma candidatura que, a confirmar-se, deve ser seguida com atenção, mas sem grandes expectativas neste primeiro embate contra um "esquema" que domina a máquina do PS-M (e nesse aspecto reconheço que Avelino Conceição é o "dono" dessa máquina e não o secretário-geral e autarca do Funchal que muitos acusam de estar longe de ter a força política pessoal no partido que alguns experimentados "velhotes" possuem e de estar de saída por causa de insuficiências política se organizativas mostradas mas que eu desconheço quais serão), esquema esse que vai ajustar contas consigo próprio, que será avaliado pelos militantes na balança do "deve e do haver" e que, apesar das minhas reservas quanto a um eventual sucesso, até pode marcar um espaço próprio no imediato caso as bases se manifestem saturadas com este recurso a conversa da treta e à falta de resultados (LFM, fotos da imprensa regional)

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