domingo, janeiro 12, 2020

Os pinotes de um hipócrita (Montenegro em 2020): “Não gostaria de ver os deputados do PSD Madeira a aprovar” o OE 2020

O ex-líder da bancada social-democrata não vê agora “nenhum drama” com o eventual voto a favor dos três deputados madeirenses do PSD, mas confessa que “nenhum líder” gostaria que isso acontecesse. O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro vai exigir, caso seja eleito, uma explicação aos deputados do PSD/Madeira para querem votar desalinhados com a atual direção a proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020).
Em entrevista à rádio TSF, o ex-líder da bancada social-democrata não vê agora “nenhum drama” com o eventual voto a favor dos três deputados madeirenses do PSD, mas confessa que “nenhum líder” gostaria que isso acontecesse.

“Não é impossível, à luz das nossas regras de funcionamento, que os deputados da Madeira possam ter uma votação diferente” daquela que foi a definida pelo líder do partido, admite Luís Montenegro, à TSF, sublinhando que, para tal, devem “fundamentar essa decisão”. Isso porque no partido há “um princípio que norteia a atuação parlamentar que é a disciplina de voto”, sustenta o candidato à liderança do PSD. Luís Montenegro confessa, no entanto, que “nenhum líder gostaria de ver isso suceder, sobretudo se esse voto for decisivo para aprovar um documento decisivo como é o Orçamento do Estado”, incluindo ele próprio. “O governo regional da Madeira foi muito prejudicado pelo governo socialista”, indica, sublinhando que, ao mesmo tempo que não gostaria de ver um voto a favor de um Orçamento do Estado socialista, compreende os motivos dos deputados do PSD/Madeira.
“Tantas foram as intervenções que [o primeiro-ministro, António Costa] teve contra o PSD/Madeira e tantas foram as decisões que ele adiou em função do interesse eleitoral que tinha”, explica. “Nós, hoje, não temos o Hospital do Funchal em execução porque o António Costa, ostensivamente, prejudicou os madeirenses adiando essa decisão para ver se beneficiava eleitoralmente com ela”. Luís Montenegro diz ainda que esta situação não é novo e que, enquanto líder parlamentar, também teve de lidar com situações semelhantes. “Estive muitas vezes no Ministério das Finanças com deputados do PSD/Madeira sem que ninguém tivesse sabido disso”, numa tentativa de aproximar a posição dos deputados do PSD/Madeira à que tinha sido definida pelo partido. O candidato mostra-se convicto de uma vitória nas eleições diretas, que acontecem já este sábado, dia 11 de janeiro. Luís Montenegro pede ainda que o sufrágio decorra com toda a “regularidade democrática” e exige “um processo claro, transparente e respeitador das regras”, lembrando o caso do PSD/Madeira que quer que votem 2.500 militantes, apesar de a secretaria-geral apenas contabilizar 104 com quotas pagas. “Quem tem de o garantir é quem está hoje a comandar o processo”, atira o ex-líder parlamentar. Reiterou também que o principal objetivo eleitoral para o PSD é voltar a ter uma maioria absoluta. “Vamos ter um PSD à Cavaco, forte, mobilizado, um PSD basista, um PSD com uma ligação muito íntima à sociedade civil, através da sua militância e dos seus autarcas, mas também do envolvimento de muitas pessoas que, não sendo do PSD, vão colaborar connosco”, afirmou. Na corrida às eleições diretas, estão também o atual líder, Rui Rio, e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz. Caso nenhum dos três candidatos consiga mais de 50% dos votos, tem lugar uma segunda volta no dia 18 de janeiro. Caso seja eleito, Montenegro vai pedir explicações ao PSD/Madeira por querer votar a favor do OE2020 (Económico, Joana Almeida, 8 Janeiro 2020)

Sem comentários: