quinta-feira, janeiro 16, 2020

Nota: uma sugestão caso queiram

Gostaria de dar uma sugestão à coligação. Tem a ver com a coordenação política. Uma coisa é o facto dos lideres do PSD e do CDS estarem ambos no GRM e poderem falar todos os dias caso queiram, outra coisa é o relacionamento obrigatório entre os dois partidos no quadro do parlamento para acertarem estratégias comuns, iniciativas, etc. Outra coisa - é nisso que centro a minha sugestão - tem a ver com a coordenação política propriamente dita, fora destes esquemas institucionais demasiados fechados e muito condicionados. Falo de um ou dois dirigentes ou militantes de cada partido, que fora do quadro governativo ou parlamentar, criariam uma rotina de contacto pelo menos semanal, para levantamento das diferentes situações apuradas, para alertar por antecipação, quem de direito, de fora para dentro - muito importante este movimento - para o que se passa cá fora, para proporem aos decisores políticos as adequadas intervenções para cada caso, etc. Dirão que é uma espécie de "secretariado" paralelo, que não é. Chamem o que quiserem. O que não podemos ter mais é os dois partidos, por causa de um abalo qualquer, ou de histórias mal contadas, andarem nos jornais, sobretudo através de segundas linhas, a enviarem recados nas redes sociais, dando ao assunto uma dimensão que não tem, nem pode ter - sob pena de estarmos perante um fracasso político e pessoal que será fatalmente para sempre - e levando para fora dos locais próprios de análise e decisão, tudo o que se passa no quadro da coligação. O problema são os "fantasmas" que estas soluções suscitam nalgumas mentes mais tacanhas que olham para o lado com medo da sua própria sombra e por isso encaram esses canais não como uma mais-valia discreta e eficaz, mas como uma "ameaça" a afirmações de poder dentro de estruturas partidárias convencionais. Se assim for, esqueçam isto tudo e continuem como até hoje. Rezando que não tenhamos uma hecatombe como uma nova crise ou uma espécie de crise política tão do agrado dos que, dentro e fora do espaço político da coligação, a combatem. É por isso que sou muito pragmático, neste caso em concreto, mesmo indo contra tudo o que sendo admissível e possível, nunca perspectivei nos termos em que tudo se está a desenvolver.
Lembram-se do episódio do "irrevogável" de Paulo Portas nos tempos da coligação com o PSD de Passos Coelho, com a troika, a austeridade, o brutal aumento de impostos, o agravamento dos problemas sociais no país, a emigração, etc? Vão lá ver como tudo foi resolvido, simplesmente porque tinha que ser resolvido. Acham que a geringonça na sua versão inicial era coordenada politicamente nos corredores ou em gabinetes parlamentares ou governamentais? Desenganem-se... (LFM)

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