Segundo o Económico, "PSD e PS são os partidos mais penalizados pela austeridade que será imposta pelo Orçamento do Estado do próximo ano, embora os social-democratas tenham o dobro das intenções de voto dos socialistas. Segundo o barómetro de Outubro da Marktest para o Económico e TSF se as eleições fossem hoje o PSD teria 42%, o PS 20%, a CDU 11%, a CDS 5% e o Bloco de Esquerda 4%. Na prática, no último mês, depois do primeiro-ministro ter comunicado aos portugueses a suspensão dos 13º e 14º meses de salário na Função Pública e um aumento em meia hora por dia do horário de trabalho no sector privado, o PSD perdeu seis pontos percentuais nas intenções de voto, seguido pelo PS que perdeu quatro. Os dois principais partidos são, aliás, os únicos que diminuíram o seu peso eleitoral depois dos portugueses terem ficado a conhecer as implicações do Orçamento do Estado para 2012. Sendo que, no caso do PS, regista este mês o valor mais baixo desde, pelo menos, Setembro de 2007, quando se inicia o histórico da Marktest para o Económico e TSF. Para João Cardoso Rosas, professor da Universidade do Minho, duas ideias merecem ser realçadas. Por um lado, "o bom resultado do PSD mostra que as pessoas interiorizaram a ideia de que vivíamos acima das nossas possibilidades, embora o partido venha, certamente, a ser penalizado no futuro quando os portugueses sentirem no bolso a austeridade anunciada no OE/2012". Por outro lado, o mau resultado do PS indica que o partido "tem dificuldade em estar e não estar com a austeridade. Assinou o memorando mas agora tenta descolar" e tem "deixado que sejam outros a assumir a verdadeira oposição ao Governo - desde logo, o Presidente da República." Já para Pedro Adão e Silva "o PSD ainda beneficia do início de ciclo e, com o tempo, a sua queda acentuar-se-á, embora esteja a ser menos penalizadora do que aconteceu com Sócrates quando apresentou pacotes de austeridade menos brutais". O sociólogo acrescenta ainda que "o resultado do PS é fruto do lugar contraditório em que se encontra: tem responsabilidades pelo passado, não representa os descontentes e não lidera o processo negocial com a ‘troika'- está na terra de ninguém". Numa altura em que a contestação de rua sobe de tom - há já protestos marcados por vários sectores da sociedade e uma greve geral promovida pela CGTP e UGT agendada para 12 de Novembro - quem mais beneficia são os dois partidos à esquerda do PS. O destaque deste mês vai para a CDU que aumenta em 4 pontos percentuais (o valor da queda do PS) as suas intenções de voto. Tanto no Parlamento como fora dele os comunistas têm sido um dos partidos que mais tem instigado a contestação de rua contra as imposições do Orçamento do próximo ano. O Bloco de Esquerda conseguiu, em Outubro, inverter a queda consistente do seu peso eleitoral que se fazia sentir desde Março deste ano, quando o Parlamento chumbou o PEC IV apresentado pelo Governo de Sócrates. Os bloquistas passaram de 3% para 4%. Já o CDS, que está coligado com o PSD no actual Governo, conseguiu passar ao lado da austeridade e não saiu penalizado. Ao contrário do que aconteceu com o seu líder, Paulo Portas, que viu a sua popularidade cair substancialmente (ver página 40), os democratas cristãos passaram de 4% para 5%, ainda assim, muito aquém do resultado das últimas eleições legislativas (14,3%). Se olharmos para os dois blocos que definem o sistema partidário português, verificamos que os dois partidos do centro-direita juntos alcançam o valor mais baixo desde Abril de 2011, enquanto os três partidos da esquerda juntos mantêm um valor muito idêntico ao alcançado nas últimas eleições legislativas - 34%. O que mudou, de facto, é que PCP e Bloco de esquerda juntos regressaram ao peso eleitoral que tinham em Outubro de 2010 (cerca de 15%), galvanizados pela contestação social que se inclina para a rua. Este mês, às perguntas da Markest 26,1% responderam "não sabe", 9,9% optaram por "não voto", 7,6% "não responde" e 10,6% "voto branco/outros".
Ficha técnica
A sondagem da Marktest para o Diário Económico e TSF realizou-se nos dias 18 e 22 de Outubro para analisar as intenções de voto e a popularidade dos principias protagonistas políticos. O universo é a população de Portugal Continental com mais de 18 anos e que habite em residências com telefone fixo. A amostrar, constituída por um total de 809 inquiridos, foi estratificada por regiões: 160 Grande Lisboa, 92 Grande Porto, 134 Litoral Centro, 153 Litoral Norte, 180 Interior Norte e 90 no Sul; 425 a mulheres e 384 a homens; 252 a indivíduos dos 18 aos 34 anos, 275 dos 35 aos 54 anos e 282 a mais de 54 anos. A escolha dos lares foi aleatória. Intervalo de confianza de 95% e margem de erro de 3,45%. Indecisos redistribuídos de forma proporcional aos que declararam sentido de voto. Taxa de desposta 25%”.
Ficha técnica
A sondagem da Marktest para o Diário Económico e TSF realizou-se nos dias 18 e 22 de Outubro para analisar as intenções de voto e a popularidade dos principias protagonistas políticos. O universo é a população de Portugal Continental com mais de 18 anos e que habite em residências com telefone fixo. A amostrar, constituída por um total de 809 inquiridos, foi estratificada por regiões: 160 Grande Lisboa, 92 Grande Porto, 134 Litoral Centro, 153 Litoral Norte, 180 Interior Norte e 90 no Sul; 425 a mulheres e 384 a homens; 252 a indivíduos dos 18 aos 34 anos, 275 dos 35 aos 54 anos e 282 a mais de 54 anos. A escolha dos lares foi aleatória. Intervalo de confianza de 95% e margem de erro de 3,45%. Indecisos redistribuídos de forma proporcional aos que declararam sentido de voto. Taxa de desposta 25%”.
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