quarta-feira, outubro 19, 2011

Outra vez Sócrates: "Empresa sob suspeita faliu"...

Segundo o Correio da Manhã, em texto assinado pelas jornalistas Ana Luísa Nascimento e Sónia Trigueirão, “a empresa HLC, que ganhou a obra da construção da central de compostagem de lixo da Cova da Beira em 1997 - cujo concurso de adjudicação foi investigado por suspeitas de pagamentos para favorecimento da referida construtora - faliu, tendo sido declarada insolvente em Novembro de 2010. O nome da empresa surgiu numa carta anónima , que esteve na origem da investigação e de um processo-crime contra o empresário e arguido Horácio Carvalho. Segundo a denúncia, o empresário teria pago cerca de 1,5 milhões de euros ao presidente da Câmara da Covilhã, Jorge Pombo, ao seu assessor, João Cristóvão, e ao secretário de Estado do Ambiente que na altura era José Sócrates, para que a sua empresa, a HLC, fosse escolhida para construir a estação de tratamento de lixos. Durante a investigação e como resultado de buscas aos escritórios da HLC em Oeiras, e à casa de Horácio Carvalho, foram encontrados registos de quatro transferências, no valor de 58 mil euros, para uma conta offshore, localizada na ilha britânica de Guernesey, em nome do ex-professor de Sócrates António Morais e da sua ex-mulher Ana Simões. Ambos eram gerentes da empresa Ana Simões & Morais que elaborou o relatório de avaliação das construtoras concorrentes à obra da central de lixos, em que a HLC saiu como ganhadora. Com base nestes elementos, Ana Simões e António Morais são constituídos arguidos e acusados de corrupção passiva, por suspeitas de terem recebido dinheiro para favorecer a HLC, e branqueamento de capitais. A obra foi adjudicada à HLC por mais de 12 milhões de euros, sendo que com os atrasos, resultantes de problemas na construção, o investimento terá ultrapassado os 30 milhões de euros. A Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) chegou a multar a HLC em três milhões de euros pelo atraso de quatro anos da obra. Mas a construtora nunca terá pago as multas e, em 2003, quando o Governo decide entregar a gestão da central de lixos à Resistrela, retirando o poder à HLC, Horácio Carvalho recebeu uma indemnização de oito milhões de euros.
ENTREGOU LISTA DE CRITÉRIOS
Jorge Pombo, ex-autarca da Covilhã, e o seu assessor, João Cristóvão, nunca foram acusados no processo. Pombo acumulava funções de presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB). Foi Pombo quem entregou a lista de critérios para a avaliação das construtoras à empresa Ana Simões & Morais.
CENTRAL CUSTOU 18 MILHÕES A MAIS
A central de compostagem de lixos da Cova da Beira estava previsto custar cerca de 12 milhões de euros, mas com os atrasos da construtora, as indemnizações e as multas que nunca foram pagas terá ultrapassado os 30 milhões.
EMPRESÁRIO LIGADO AO PS
Horácio Carvalho, de 59 anos, realizou muitos trabalhos de obras públicas na zona da Cova da Beira durante os anos 90. Filho de um conhecido e reputado industrial natural do Fundão, Alberto Simões de Carvalho, o empresário há muitos anos que vai esporadicamente à Covilhã. Nos últimos anos radicou-se em Londres, onde vive com a mulher de nacionalidade inglesa e dois filhos, e continua a desenvolver negócios ligados à construção de aterros e outras infra--estruturas ambientais. Enquanto viveu na Cova da Beira, sempre pautou o seu comportamento pela discrição e só aparecia em eventos sociais quando estavam envolvidas obras concretizadas pela sua empresa.Horácio Carvalho tem uma forte ligação de amizade com José Sócrates e com outros notáveis socialistas nacionais e regionais, entre os quais o ex-primeiro--ministro António Guterres. No dia da inauguração da Central de Compostagem, o empresário foi elogiado por Guterres e José Sócrates, que evidenciaram a sua capacidade empreendedora”
.

Sem comentários: