sexta-feira, outubro 28, 2011

Açores: promoção do turismo vai ter menos 7 milhões de euros em 2012

Escreve o jornalista do Diário dos Açores, Manuel Moniz que “a promoção do turismo no próximo ano vai sofrer uma redução radical de 33,9% das verbas que serão investidas através do Plano de Investimentos para 2012. No corrente ano, o Governo tinha feito uma espécie de “forcing” total, com as verbas para a promoção a atingirem 22,1 milhões de euros. Cerca de 96% dessa verba foi para campanhas promocionais. Era uma verba nunca vista. Em 2010, o total para as campanhas tinha atingido os 9,8 milhões, e em 2009 tinha sido de 10 milhões. O seu valor mais que duplicou em 2011… Em termos de relação com a receita gerada, em 2010 o investimento em promoção correspondeu a cerca de 20% do total de cerca de 50,4 milhões gerados por todo o sector hoteleiro. No ano de 2011, a curiosidade é que à mais que duplicação da verba para promoção corresponderá provavelmente uma redução de cerca de 3% nas receitas dos hoteleiros – que, de acordo com o padrão para os proveitos de Janeiro a Agosto, deverão gerar em 2011 cerca de 49 milhões de euros. A promoção em 2011 terá custado cerca de 43% da receita total dos hoteleiros – ou seja, sensivelmente metade do que foi gerado. Não será exagerado afirmar que o Governo terá atirado ao mar mais de 10 milhões de euros sem qualquer retorno... Para 2012 há uma óbvia correcção em baixa. As campanhas publicitárias descem 34% para cerca de 14 milhões de euros, o que mesmo assim representa um fortíssimo crescimento de quase 43% em relação às verbas de 2010. Ou seja, continua a ser muito dinheiro: caso a receita dos hoteleiros atinja os 50 milhões de euros em 2012, a promoção terá custado 28%, ou seja, quase 1 em cada 3 euros gerados. Se a estratégia irá resultar é uma incógnita que dificilmente se pode analisar sem pesar a perfomance do corrente ano – que foi, no mínimo, fraca: os Açores foram a única região do país que não recuperou dos números de 2010. Caso o Governo mantenha os mesmos fornecedores de serviços e o mesmo modelo, como parece ser o caso, é natural olhar para este investimento com reservas! De resto, o modelo parece ser semelhante – significando um elevado investimento na promoção e pequeno na qualidade do destino. Sinal disso é mais uma redução na “animação turística”, que baixa 21,4% e está reduzida a 76,4 mil euros. Nos anos de 2009 e 2010 essa rúbrica atingia os 150 mil euros, baixando este ano para 93 mil. Esse segmento, em teoria, deveria ser um forte galvanizador das iniciativas locais destinadas a animar a estadia do turista – um factor fundamental, que vai da apresentação de artistas locais nos bares e restaurantes a uma série de iniciativas gastronómicas e culturais. Tendo em conta o seu percurso, é uma área que não só não está aproveitada como arrisca-se a desaparecer no próximo Plano. Com prejuízos evidentes para a qualidade da animação do destino... A “informação turística” é outra das áreas que mais cai, perdendo 31% para apenas 66,8 mil euros. Esse sector tinha recebido 1 milhão de euros em 2010 (embora apenas 50 mil em 2009 e 97 mil euros em 2011).

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