sexta-feira, outubro 28, 2011

Fortuna de Kirchner aumenta 900%....


Segundo os jornalistas do Económico, Bárbara Silva e Pedro Duarte, “o mandato de Cristina Kirchner tem sido abalado pelas acusações de que a sua família tem aproveitado os oito anos à frente da presidência argentina para aumentar a fortuna pessoal. Segundo a declaração fiscal da presidente, o valor dos seus activos passou dos 1,18 milhões de euros quando o seu falecido marido Néstor assumiu a presidência, em Maio de 2003, para os 12,13 milhões de euros no final do ano passado, um crescimento de 928%. Embora no ano passado o antigo presidente tenha tentado explicar o crescimento inédito da fortuna familiar com o cancelamento de dívidas no montante de cinco milhões de euros, a imprensa revelou que, ainda durante a sua presidência, este facilitou a construção em terras públicas de um empreendimento turístico em El Calafate, tendo em troca comprado propriedades no local a preços bastante baixos. A imprensa revelou ainda que outros membros do clã Kirchner, como Alicia, ministra do Desenvolvimento e irmã de Néstor, também compraram propriedades nesta área. A presidente Cristina detém ainda na área os hotéis de cinco estrelas "Los Sauces" e "Alto Calafete" , que tem como clientes alvo europeus e norte-americanos.
Vitória histórica garante ainda mais poder a Cristina Kirchner
Reeleita Presidente, nos próximos cinco anos Cristina Kirchner será a mulher mais poderosa da Argentina e uma das mais influentes na América Latina. Para já, Kirchner dará início ao segundo mandato com importantes mudanças no seu governo, sobretudo na pasta da Economia, com o anterior ministro Amado Badou promovido a vice-Presidente. O novo ministro, cujo nome ainda está por definir, terá como principal missão evitar um contágio da crise económica nos Estados Unidos e Europa a uma economia que em 2001 experimentou um ‘default'. Este fim-de-semana, a viúva do ex-Presidente Néstor Kirchner conseguiu quebrar todos os recordes e fez História ao ser a primeira mulher reeleita na América Latina com 53,83% dos votos, uma vitória que dedicou ao seu marido, vítima de ataque cardíaco em 2010. A mais ampla maioria absoluta registada no país desde Juan Domingo Péron, em 1973, dará assim a Kirchner uma ainda maior concentração de poder neste segundo mandato, que terá início a 10 de Dezembro e durará até 2015. Além da reeleição como chefe de Estado, a Presidente e o seu partido Aliança Frente para a Vitória reconquistaram o controlo da Câmara de Deputados, que tinham perdido em 2009, e aumentaram ainda a maioria no Senado. O partido de Kirchner somou mais 29 assentos parlamentares, num total de 117, aos quais se somam 18 deputados de forças políticas aliadas para uma maioria de 135. No Senado, Kirchner conquistou mais um lugar, subindo para um total de 32. Com mais seis senadores aliados, a presidente fica também com maioria na Câmara alta do Congresso. O partido social-democrata União Cívica Radical manteve-se como a segunda força política no Parlamento, com 41 lugares na Câmara dos Deputados e 17 no Senado, seguida pelos peronistas dissidentes, com 29 deputados e dez senadores. A coligação socialista Frente Ampla e Progressista passou a quarto grupo parlamentar com 21 deputados e quatro senadores. Apesar do enorme aumento de poder, Kirchner assegurou que irá "estender o projecto político que melhorou as vidas de 40 milhões de argentinos". A grande popularidade da presidente assenta sobretudo na redução da taxa de desemprego, com a criação de 3,5 milhões de emprego, aumentos de salários na ordem dos 30% por ano e em generosos apoios sociais que contribuíram para um ‘boom' no consumo interno. Longe vão os tempos em que, no início do seu mandato, em 2007, Cristina Kirchner registava uma taxa de popularidade muito baixa e foi alvo de vários protestos. A morte repentina do marido, há um ano, resultou numa onda de solidariedade e um aumento dos níveis de popularidade que a presidente tem conseguiu manter. Além disso, nos últimos cinco anos sob o comando de Kirchner a Argentina assistiu a um crescimento económico na ordem de 5,6% por ano e uma redução da taxa de pobreza para os 21%, face aos 50% registados em 2002. Aos 58 anos, Kirchner disse que vai continuar o trabalho que garantiu o crescimento económico do país nos últimos anos. "Há muito para ser feito, mas todos os que viram este país antes de 2003 notam o progresso que fizemos", disse a presidente, elogiando a administração do seu marido entre 2003 e 2007. Pelo contrário, a elevada taxa de inflação (entre 20 e 25%, muito acima dos 9,9% admitidos pelo governo) e a fuga de capitais da Argentina serão os principais desafios para a presidente no seu segundo mandato. Ontem, analistas do banco Crédit Suisse previram uma descida da taxa de inflação na Argentina, para um nível entre os 15 e os 20%. Muito atrás de Kirchner nos resultados eleitorais, Hermes Binner, da Frente Ampla Progressista, foi o segundo candidato mais votado, com 16,94% dos votos, seguido pelo candidato da União Cívica Radical, Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín, que obteve 11,13%. Em último ficou o peronista dissidente Alberto Rodríguez Saá, com 7,98%. No seu discurso de vitória, Cristina Kirchner apelou de novo à "união nacional" e lembrouo marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, elogiando o seu legado político, crucial para a vitória eleitoral sem precedentes. "Tenho a honra de ser a primeira mulher reeleita do país. Que mais posso querer? A única coisa que quero é contribuir com a mais alta responsabilidade a continuar a engrandecer a Argentina", disse, agradecendo o apoio dado pela sua homóloga brasileira, Dilma Rousseff, de quem ouviu "palavras muito doces, que agradeço muito". Também os responsáveis da Venezuela, Hugo Chávez, do Uruguai, José Mujica, do Chile, Sebastián Piñera, da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Paraguai, Fernando Lugo, saudaram Kirchner pela sua vitória”.

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