segunda-feira, outubro 24, 2011

Opinião: "O homem perdeu o juízo?"

"Vasco Lourenço, um daqueles inefáveis capitães de Abril (há por aí uns quantos ), resolveu falar da austeridade. E como era de esperar, só disse disparates: o país está a passar por um PREC de direita ; a política de austeridade é uma Revolução e até citou D. Januário Torgal Ferreira, bispo das forças armadas, quando este disse que o que está a acontecer é terrorismo puro (pode ser que isto sirva para D. Januário, que ainda há poucas semanas critiquei nesta coluna, ter cuidado com as palavras ). Mas a parte mais interessante das declarações do camarada Vasco aconteceu quando sentenciou que se as manifestações de protesto forem reprimidas, os militares devem pôr-se ao lado das populações. Tal como no Egipto. Vasco Lourenço pertence àquele grupo de militares que nunca souberam o seu lugar na sociedade. Para eles os militares serão sempre a reserva moral de Abril. Para eles o Conselho da Revolução nunca teria deixado de existir, para evitar que o poder civil se desvie dos (superiores) desígnios social-comunistas da Revolução. O que levou Vasco Lourenço a voltar aos disparates? Falta de juízo ou outra razão (há gente que não deve falar depois do almoço ). Não sei, mas é irrelevante. O facto de o personagem não saber distinguir o regime egípcio do nosso (democracia diz-lhe alguma coisa?) e de continuar a inventar razões para sonhar com militares nas ruas diz tudo. Mas seja como for, a instituição militar não pode tolerar estes dislates. A menos que queira perder o respeito do resto da sociedade.

P.S. – António José Seguro não quer explicar o que é austeridade inteligente ? Se calhar ainda ganha um Nobel" (texto de Camilo Lourenço no Jornal de Negócios, com a devida vénia)

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