quarta-feira, outubro 19, 2011

Opinião: "DEIXEM-SE DE ASNEIRAS"

"O PS da Madeira está mergulhado no caos e no desnorte. Compreende-se. Depois da sova que levou – por culpa da vontade do eleitorado que votou livre, consciente e democraticamente – há que encontrar “justificações” e “culpados” quando os verdadeiros culpados do que se passou no PS local, por lá continuam, agarrados aos tachos quais lapas, distraindo-se a acusar os deputados da maioria de usarem a política para negócios. Pois é, se fôssemos falar de negócios, de tachos para conselhos de administração, de negócios até com offshores no estrangeiro, mas que depois tanto criticam no caso da Madeira, a coisa seria linda. Olé se seria! Mas fico-me por uma nota – ignorando o que o outro, o ressabiado do costume, diz as asneiras do costume, vomitando o mesmo ódio asqueroso e rancoroso do costume, com os mesmos rabos-de-palha do costume, que até cospe no prato onde come a sopa, regra geral sem que dêem por ele, porque não podemos perder tempo com certos indivíduos – apenas a propósito de um artigo de opinião do derrotado auto-proposto e imposto candidato do PS local, que tentou arranjar culpados, dentro do frigorífico, debaixo do tapete, na banheira do duche, na despensa, etc, que criticou os partidos mais pequenos por terem ficado com votos que, segundo ele, “pertenciam” ao PS.
Enfim, o argumento dos pobres de espírito e, pior do que isso, dos que não têm a coragem nem a dignidade de assumirem a derrota, sem se refugiarem em argumentos que valem o que valem. Só por falta de vergonha e descaramento é que se pode escrever o que se escreveu. Imagine-se que até há uma parte do eleitorado, a “burra”, que lê o Jornal da Madeira, que é influenciada pela propaganda, a tal parte do eleitorado que o coitado do derrotado diz que “não vê TV, não lê o Diário nem ouve as principais rádios (Antena 1 e TSF)”. Ó diacho! Afinal o que é que isto quer dizer? Será que afinal a TV, a Antena 1, a TSF e o DN do Funchal não sendo instrumento de propaganda, segundo ele, ao serviço do PSDF, são definitivamente (ou foram) significa que é instrumento de anti-propaganda, neste caso ao serviço da propaganda de outros, do PS local? São estas coisas, esta utilização abusiva dos meios de comunicação social, esta alusão ao jornalismo e indirectamente aos jornalistas, trazendo-os para “guerras” que são partidárias e/ou pessoais que depois originam, aquilo que todos sabemos. O JM não presta e os seus leitores “burros”, segundo o iluminado elitista, porque faz parte da propaganda. Mas os outros meios de informação por ele enumerados já lhe servem porque terão sido instrumentos de propaganda ao serviço do PS? Não percebi. Nem quero, pelo respeito que tenho por uma profissão que foi a minha durante muitos anos. Nos tempos em que ninguém, nenhum político, partido ou instituição se atrevia a se meter com os jornalistas.
Daí para cá, tudo mudou, mudaram os tempos a começar por divisionismos e rivalidades internas que distanciaram o que antes estava próximo, e dividiram o que antes estava unido que nem uma rocha. Não foi por causa dos leitores do JM ou do DN que o auto-proposto e imposto e derrotadíssimo Maximiano Martins, perdeu as eleições. Perdeu-as, porque o povo sabe o que os socialistas fizeram, perdeu-as porque os madeirenses sabem na realidade quem faliu Portugal, quem requereu apoio financeiro externo, quem andou a negociar com a troika, quem assinou o “memorando de entendimento”, perdeu-as porque os madeirenses sabem os motivos da austeridade que estão a pagar. Perdeu-as porque nunca foi capaz de dizer rigorosamente nada aos cidadãos, porque é parte de uma pseudo-elite que não desce aos patamares mais carenciados da sociedade, onde estão os eleitores que mais atenção merecem, perdeu-as porque há uma “casta” no PS local que tem a mania que pelo facto de parecer todos os dias nos jornais ou participar em conferências de imprensa, julga que com isso resolve o seu problema. Resolve a sua falta de vocação para a política, a sua dificuldade em estar em campanha eleitoral. Mas não ganha confiança, não conquista credibilidade, não ganha proximidade, nem ganha nenhum voto. Há tempos desafiei os jornalistas a divulgarem quantas conferências de imprensa, sobre quis temas e com que protagonistas, o PS local promoveu na sua sede entre Setembro e o dia das eleições.
E quantos comícios realizaram? É fácil agarrar em duas ou três carrinhas, enchê-las com militantes mais disponíveis e criarem uma encenação aqui ou acolá, que todos os dias se repete, para dar um ar de mobilização que não têm. O PS obteve o seu pior resultado de sempre nas eleições regionais e agora critica os eleitores que votaram, nos outros partidos? Que raio de pouca-vergonha é esta? O grande derrotado das eleições acha que “ganhou o populismo (de Jardim e Coelho). Não seria antes bem melhor que procurasse explicações para a sua derrota? Vai mais longe o descaramento de Maximiano Martins: “Porque favoreceram os eleitores a entrada no Parlamento de projectos irrelevantes para a resposta decisiva que a Madeira e os madeirenses precisam nestes tempos de crise? Porque privilegiam o espectáculo e os partidos folclóricos?”. Será que Maximiano Martins já sabe porque recuaram os eleitores as propostas de um partido socialista que se comportou como dono da verdade absoluta, um partido de traidores, que traiu a Madeira e os madeirenses, que pretendeu ser a “salvação”, que se revelou vaidoso, pedante, mentiroso, manipulador, asqueroso, arrogante, convencido, repetitivo, vazio de ideias?
O PS local e Maximiano Martins perderam porque o povo decidiu. MM perdeu, porque deixou-se influenciar negativamente por alguns incompetentes ressabiados que juntou à sua volta. Perdeu, porque nunca conseguiu um discurso coerente e de defesa da Madeira. Perdeu, porque limitou-se a veicular as mesmas ideias, as mesmas a tretas que já em 2007 tinham sido derrotadas. E não me espanta, por isso que, no dia seguinte já estivesse a ser criticado, às portas de um centro comercial e de um café, por um dos “capangas” que o ajudaram alimentar a ilusão por “falta de imagem”… A política sem ética, sem princípios e sem moral é isso mesmo. Passa-se de bestial a besta com um simples clicar de dedos. Finalmente uma referência à alusão que MM faz a “caciques”, ainda a propósito da propaganda. “Caciques”? Quais? Os do PS que o levaram a uma das mais anedóticas e estranhas candidaturas políticas, impostas de fora para dentro de um partido, subvertendo as regras democráticas de funcionamento de um partido, passando por cima das competências dos seus órgãos de decisão? Caciquismo do mais asqueroso é esse. Deixe, por isso, de apontar o dedo a falsos culpados e tenha a dignidade de assumir a derrota e de assumir que falhou e porque falhou. Ao mesmo ganhe nisso…"
(in JM)

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