Ex-presidente colombiano Andrés Pastrana esteve em Haia para apresentar denúncia ao procurador Karim Khan. Um grupo de 30 ex-presidentes latino-americanos e primeiros-ministros espanhóis pediu esta sexta-feira, no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, a detenção do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que acusam de “terrorismo de Estado” e “crimes contra a Humanidade”. Uma queixa que surge numa altura em que a comunidade internacional continua a pressionar Maduro, não reconhecendo a sua vitória nas presidenciais. Num vídeo no X, o ex-presidente colombiano Andrés Pastrana revela que, em nome do Grupo Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (Grupo IDEA), apresentou ao procurador-Geral Karim Khan “um documento claro que demonstra como a Venezuela é um Estado militar repressor que exerce o terrorismo de Estado”. O ex-chefe de Estado aponta o dedo a Maduro, mas também a Diosdado Cabello, atual ministro das Relações Internas, Justiça e Paz.
“Pedimos ao procurador do TPI a sua urgente intervenção para que os máximos responsáveis destes crimes contra a Humanidade sejam objeto de medidas apropriadas”, indicou Pastrana. “Cumprida a fase prévia, solicitei a captura e detenção de Maduro e Cabello e de toda a cadeia de comando”, acrescentou, dizendo ser “urgente” a intervenção do tribunal.
Não é contudo claro o impacto que pode ter esta iniciativa, que será inédita. Mas esta nova queixa reforça a que já foi apresentada por vários países latino-americanos e o Canadá contra a Venezuela pela violência nos protestos de 2017. O TPI abriu uma investigação formal em novembro de 2017, que ainda decorre.
Pastrana dá a cara por um conjunto de ex-presidentes latino-americanos, que inclui os também colombianos Iván Duque e Álvaro Uribe, mas também o argentino Maurício Macri, o mexicano Vicente Fox ou o boliviano Carlos Mesa, e os ex-primeiros-ministros espanhóis Felipe González, José María Aznar e Mariano Rajoy - todos à exceção de José Luis Zapatero, que há três anos serve como mediador entre Maduro e a oposição, mas tem sido acusado de favorecer o regime. Entretanto, a oposição venezuelana pede à comunidade internacional que reconheça o seu candidato, Edmundo González, como presidente eleito - contra aquilo que Maduro diz. O ex-diplomata é alvo de um mandado de captura, estando escondido (DN-Lisboa, texto da jornalista Susana Salvador)
Sem comentários:
Enviar um comentário