A maioria dos portugueses acredita que o Governo deve envidar esforços para negociar a aprovação do Orçamento do Estado (OE), mesmo que enfrente a possibilidade de rejeição. De acordo com uma sondagem da Intercampus realizada para o Correio da Manhã e Negócios, 62,3% dos inquiridos defendem que, caso a proposta inicial seja chumbada, o Executivo deve apresentar uma nova versão em vez de optar pela demissão. Apenas 23,7% consideram que o Governo deveria renunciar caso o OE não seja aprovado.
Negociação como prioridade
O estudo, conduzido entre 29 de agosto e 4 de setembro, revela que a via da negociação é a preferida por uma esmagadora maioria dos cidadãos. Mais de 84% dos participantes expressaram o desejo de que o Governo se empenhe em chegar a um entendimento com os partidos da oposição para garantir a aprovação do OE para 2025.
Em termos de potenciais parceiros de diálogo, o Partido Socialista (PS) de Pedro Nuno Santos surge como a escolha mais popular entre os inquiridos, com quase 46% a apoiar negociações exclusivamente com os socialistas. Contudo, um número semelhante de entrevistados também sugere que o diálogo se alargue ao Chega, indicando uma preferência por um leque mais abrangente de negociações. Esta terça-feira, o Governo e os partidos da oposição têm agendadas novas conversações sobre o tema.
Atualmente, os deputados do PSD e do CDS totalizam apenas 80 cadeiras no parlamento, o que significa que, para viabilizar o OE, o Governo precisará da abstenção dos 78 deputados do PS ou de um voto favorável dos 50 deputados do Chega. A aritmética parlamentar torna claras as dificuldades em alcançar uma maioria, e por isso a negociação com vários partidos ganha relevância no processo.
A sondagem reflete também uma clara preferência por estabilidade política, uma vez que os inquiridos demonstram uma postura pragmática face à governação. Além disso, a liderança de Luís Montenegro, atual presidente do PSD, é vista com melhores olhos para ocupar o cargo de primeiro-ministro. De acordo com os dados, Montenegro supera o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, com 46% dos inquiridos a considerá-lo mais apto para liderar o Executivo, comparado com os 31,8% que preferem Nuno Santos (Executive Digest)
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