quarta-feira, setembro 04, 2024

Nota: afinal incomoda ou atrapalha estratégias "concertadas"?

Fui das primeiras pessoas - e está escrito - a subscrever, a propósito dos incêndios que assolaram a nossa Região, a realização de audições parlamentares, com base na expectativa da lógica de uma discussão séria sobre tudo o que se passou e não como uma oportunidade para mais uma qualquer palhaçada político-partidária, mais uma, encenada para consumo no espaço mediático e para que alguém tente obter, puro engano, por via desse mediatismo efémero, o que não conseguiu nas urnas. Repetidamente! Também fui das primeiras pessoas - e está escrito - a defender que essas audições parlamentares deviam ser públicas, transmitidas até pela RTP-M, se tal fosse possível, para que os madeirenses acompanhassem o que lá se vai passar e ser dito.
Também me interroguei - e está escrito - com é que se promovem audições parlamentares sem haver, pelo menos numa versão preliminar publicamente conhecida, um relatório sobre o que se passou naqueles incêndios, quantificando tudo o que seja quantificável, apontando erros, deixando interrogações, explicando como se processa a vigilância florestal, clarificando o que se passa com aquelas estruturas (tanques de água construídos em vários locais) que parecem abandonados, etc.
Obviamente que se a ideia é aproveitar as audições para tudo menos para uma discussão séria sobre o que se passou, se o propósito essencial é o ajuste de contas pessoal e/ou político e a promoção de mais uma "guerrazinha" entre partidos, no fundo repetindo tudo o que durante semanas andaram a passar, directa ou indirectamente, para os meios de comunicação social ou através das redes sociais, neste caso dando a cara ou refugiando-se no anonimato dos cobardes bandalhos e sem escrúpulos - sejam, eles políticos ou profissionais ligados sobretudo a dois sectores de actividade... - obviamente que essas audições parlamentares podem realizar-se sem relatório, sem informações, sem dados concretos, sem nada, etc. Porque nada disso interesse, nada disso importa, quando o que está subjacente é a politiquice rasteira e rafeira do "eixo" do costume. Vamos ter o espectáculo mediatizado do costume, promovido para que se coloquem em bicos-de-pés até que novas eleições se realizem -  sabendo todos que a mediocridade tem um prazo de validade substancialmente reduzido. É um facto que os madeirenses sabem que as suas prioridades, depois dos incêndios, são outras, diferentes das prioridades de políticos e dos partidos e dos crápulas das redes sociais. Os madeirenses não perdem tempo com amuos pessoais ou ajustes de contas partidários e outros, e ignoraram uma conjugação de escribas que sob o anonimato dão espaço a células de partidos, criadas para o efeito, que vagueiam nas redes sociais a coberto do anonimato - que não é tão anonimato como julgam... - alegadamente incluindo, o que me entristece, alguns ligados a um sector em crise, que definha todos os dias e que reclama agora apoios públicos - contra os quais nunca estive ao contrário deles... - para sobreviver, incluindo neste lote, alegadamente, comentadores e cronistas além de alguns quadros do funcionalismo público, muito activos sobretudo nos dias úteis da semana.
Quando defendi, e mantenho, que a Secretária Regional da Agricultura, Rafaela Fernandes, que tutela a pasta das Florestas - será que não estamos a falar de  incêndios florestais?! - devia ser incluída no lote das entidades a serem ouvidas pela comissão parlamentar nas referidas audições, percebi que essa eventualidade incomoda alguns entes, estranhamente, algumas das quais, poucas, partem logo para o insulto, para os ataques pessoais e para misturas perfeitamente idiotas que nada têm a ver nem com o tema em apreciação. No meu caso, nem me tiram o sono nem a tranquilidade de espirito, muito menos depois da doença, felizmente acompanhada e controlada, e de uma neta! O anonimato nas redes sociais é sinónimo de rafeirice, um poço de inveja, de frustrações, de vómitos de candidatos a lugares que nunca lhes foram oferecidos, tudo isto estimulado por motivações políticas e pelo envolvimento deputados e dirigentes da oposição. Mas essa é a triste "virtude" de alguns corajosos que misturam ataques ou ódios pessoais com a lógica da discussão racional e a coragem de assumir a liberdade de opinião, sem se esconder nos esgotos. Nesse domínio, e ressalvando erros e excessos também cometidos, reconheço que o muito criticado José Manuel Coelho, teve pelo menos a dignidade e a coragem de dar a cara, de assumir a autoria das suas opiniões, incluindo na blogosfera, acabando - porque esse é um risco que se corre quando se pisam certas linhas vermelhas, e eu também já passei por isso... - por pagar bem caro nalguns processos que tiveram desfechos penosos que inclusivamente afectaram os rendimentos. No meu caso peço muito, que não percam tempo comigo, e percebam que não me envergonho um segundo que seja do meu passado e do meu presente, da minha vida, da minha postura cívica, de tudo o que fiz, mantenho a liberdade de pensamento que algumas vezes até me trouxeram críticas e geraram incómodos, de onde não esperava.
Mantenho o que escrevi: como é possível falar seriamente de incêndios florestais, de floresta madeirense, de Laurissilva, de vigilância das serras, etc, etc, sem ouvir o membro do governo que tutela o sector? Nem sei sequer se  estaria disponível porque há anos que não falo com Rafaela Fernandes. Alguém acredita - apenas como exemplo - que algum político promovesse uma audição parlamentar sobre as ambulâncias e as macas nos Hospitais, sem convocar o secretário regional que tutela a saúde? Caramba, mas será isto tão difícil de entender? Ou quem sabe se afinal os promotores das audições parlamentares já andaram a conjugar discursos e estratégias, com propósitos claros, que nada têm a ver com os incêndios florestais, com o que deve ser feito para que estas situações não se repitam, no fundo desviando as prioridades para a lenga-lenga do costume, os ataques pessoais, a mediocridade da generalização, etc? Só assim se entende as reações insultuosas. Um conselho final, a deputados e não só... dos partidos da oposição e outros mais: poupem palavras, deduções, acusações e comentários para as audições parlamentares e para uma lógica construtiva, não comecem já a gastar os tiros de pólvora-seca, temendo disputas partidárias entre os sectores ideológicos comuns na oposição, porque os propósitos são substancialmente diferentes entre eles. Aos que acham que o anonimato é uma forma normalizada de "masturbação" mental, mesmo que os ataques pessoais os excitem, então continuem alegremente por esse caminho porque, certamente com um esforço acrescido, ajudarão a suprir insuficiências e impotências pessoais noutros domínios! Quem sabe (LFM)

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