sábado, novembro 06, 2021

Sondagem: Socialistas são agora os mais insatisfeitos com a Oposição



A opinião dos portugueses sobre a generalidade dos partidos de Oposição continua a ser muito negativa. De acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF, há agora 51% de avaliações negativas (mais um ponto do que em julho) contra 24% de notas positivas (mais três pontos), o que resulta num saldo negativo de 27 pontos. Mas há algumas diferenças ditadas pelo novo calendário político.

O chumbo do Orçamento do Estado, a dissolução da Assembleia da República e a antecipação das legislativas tribaliza os eleitores e isso é particularmente evidente entre os que se dispõem a votar no PS: em julho eram os menos descontentes com a Oposição (com um saldo negativo de 20 pontos) e neste momento são os mais cáusticos (saldo negativo de 56 pontos).

A exemplo do último barómetro há um único grupo de eleitores que faz uma avaliação positiva da Oposição: os que manifestam preferência pelo Bloco de Esquerda (há quatro meses os únicos que quebravam a unanimidade eram os eleitores comunistas). Fora dos segmentos de voto vale a pena destacar os portugueses com 65 ou mais anos, uma vez que são os maiores detratores da Oposição (57 pontos de saldo negativo).

Rui Rio é o líder

A exemplo de julho, Rui Rio continua a ser apontado como a principal figura da Oposição ao Governo (Paulo Rangel não entra nestas contas) por 33% dos inquiridos. O presidente do PSD lidera em todas as regiões, grupos etários e classes sociais, mas também entre os eleitores que anunciam o voto no PSD, no PS e na CDU.

O seu principal rival nesta escolha tem sido André Ventura, mas o líder do Chega perdeu fulgor e caiu nove pontos para 18%, liderando apenas entre os seus eleitores. Mantém-se, ainda assim, um ponto à frente de Catarina Martins, que sobre dois pontos e é a mais votada entre os eleitores do BE e do PAN.

Jerónimo a subir

A maior subida vai no entanto para Jerónimo de Sousa (consequência do protagonismo durante a negociação e rejeição do Orçamento): tem mais quatro pontos do que em julho, mas fica-se nos 7% (não vence em nenhum dos segmentos, nem sequer entre o dos eleitores comunistas, que apontam mais para Rui Rio).

O líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, mantém-se nos 2% (mas vence entre os seus), e aparece pela primeira vez Francisco Rodrigues dos Santos, também com 2%, beneficiando da notoriedade dos últimos dias, com a luta fratricida no CDS.

Um terço só decide o voto "em cima da eleição"

Quase dois terços dos portugueses (63%) decidem "muito antes da eleição" em quem vão votar, revela o mais recente barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF. O terço restante (30%) só toma uma decisão final "mais em cima da eleição". Mas há diferenças assinaláveis quando se cruza o tempo de decisão com a preferência partidária.

Quando faltam um pouco menos de três meses para as legislativas, os dois partidos que parecem ter, nesta altura, um corpo de eleitores mais estável (entre os oito que estão representados no Parlamento) são o PCP e o PS (em ambos os casos com cerca de 90% a responderem que a decisão fica tomada com muita antecedência). Um contraste flagrante com o outro parceiro da "geringonça": um terço dos que admitem escolher os bloquistas só se decide em definitivo "em cima" da ida às urnas.

À Direita também é possível dividir os partidos em dois grupos: mais de dois terços dos potenciais eleitores do Chega e do PSD decidem a quem entregar o voto a uma distância temporal razoável. Mas, no caso dos liberais e dos centristas, os eleitores não podem ser tomados como certos: um pouco menos de metade no caso da Iniciativa Liberal, e mais de metade, no caso do CDS, costuma deixar a decisão final para a última da hora.

O caso dos indecisos (que nesta sondagem são 12%) é muito semelhante ao dos centristas. Mais de metade só costuma decidir-se sobre o voto "mais em cima da eleição". Analisando outros segmentos, percebe-se que as dúvidas até às vésperas das eleições são mais comuns entre que residem na região Norte, entre os que têm 35 a 49 anos, e entre os mais pobres (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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