quarta-feira, abril 22, 2020

O Mundo pós-coronavírus não será o mesmo: saiba o que vai mudar

O dia-a-dia das populações, a nível mundial, mudou abruptamente graças ao novo coronavírus. Em muitos casos, a mudança aconteceu de um dia para o outro, quando se viram obrigadas a deixar o local de trabalho e a reduzir ao máximo o contacto com outras pessoas. Porém, se a vontade em regressar ao pré-pandemia poderá ser significativa, também é incontornável a certeza de que o Mundo que as pessoas e os negócios deixaram antes do confinamento não será igual à aquele que vão encontrar depois. Algumas coisas vão mudar, segundo garantem os especialistas ouvidos pela Fast Company.
Eis um vislumbre daquilo que poderá ser o “novo normal”:
1 – Trabalhar a partir de casa já não será uma tendência ou excepção. Embora a adaptação possa ter sido complicada – ou mesmo impossível para alguns sectores de actividade -, as empresas que estão a sobreviver ao teletrabalho poderão manter este regime no futuro, ainda que parcialmente. Flexibilidade deverá ser palavra de ordem, tal como nota Jeff Richards (GGV Capital): fazer uma videochamada tornou-se uma forma de participação aceite, em vez de ser vista como meio de um profissional se descartar de um assunto ou tarefa.
Eva Chen (Trend Micro) acrescenta que o COVID-19 irá aumentar a coragem das empresas no sentido de adoptarem novos padrões para consertar e melhorar processos antiquados. Quem sabe se os grandes escritórios não darão lugar a pequenos clusters e se as sedes não se mudarão para a cloud?

2 – A aceleração da migração digital. A chamada transformação digital já vinha a acontecer há algum tempo. Porém, os negócios que ainda se recusavam a aceitar que o futuro já é o presente não têm, agora, outra alternativa senão aceitar que é preciso digitalizar processos.
Além do lado corporativo, deverá notar-se uma aceleração da digitalização também a um nível individual e pessoal. «À medida que as pessoas foram forçadas a estar fisicamente separadas, temos vistos mais videochamadas no WhatsApp do que nunca», lembra Will Cathcart (WhatsApp);
3 – A Saúde vê-se confrontada com problemas antigos. Seja em países onde existem sistemas nacionais de saúde ou em países onde um serviço como este não é uma realidade, a pandemia veio expor as fragilidades da Saúde. Ara Katz (Seed Health), por exemplo, acredita que é preciso pensar numa forma de informar o público que seja mais clara, uma vez que o COVID-19 veio mostrar que a ciência deve estar na base da tomada de decisões e desenvolvimento de leis.
Já Harry Ritter (Alma) acredita que haverá um interesse maior relativamente à saúde mental. O trauma colectivo experienciado pela sociedade poderá ajudar a perceber a importância deste tema – também nas empresas;
4 – Os meios de transporte evoluem. A pandemia deverá resultar também numa evolução dos meios de transportes, segundo apontam os especialistas ouvidos pela Fast Company. À medida que as cidades forem reabertas, as pessoas procurarão formas mais acessíveis e confiáveis de manterem a distância social no caminho para o trabalho. Na opinião de Michael Masserman (Lyft), isso pode ser sinónimo de transportes partilhados, como é o caso das bicicletas ou scooters;
5 – A manufactura é chamada a acordar. As pessoas esperam que os governos e empresas se apercebam dos riscos associados em obter todos os bens essenciais ou materiais de outros mercados. A manufactura receberá redobrada atenção, à medida que os países procuram garantir que têm dentro das próprias fronteiras tudo aquilo de que necessitam, tal como aponta Ed Barriball (McKinsey);
6 – Nova abordagem a negócios antigos. Podem nascer oportunidades por entre a crise e tempos de incerteza são, por vezes, ideais para deixar a criatividade fluir e pensar em novas estratégias ou mesmo áreas de negócio. Segundo Sarah Stein Greenberg (Stanford d.school), assistimos já a organizões e indivíduos a serem recompensados por separarem o processo da criação de ideias da respectiva crítica e seleccção.
Will Lopez (Gusto) acrescenta que o COVID-19 não representa o fim das lojas físicas, mas que a forma como funcionam irá mudar. Os pequenos negócios, por exemplo, terão de pensar em novas fontes de receita de modo a se acautelarem face a uma nova situação inesperada. E se os restaurantes que fecharam parcerias com plataformas de entregas mantiverem esses acordos? (Executive Digest)

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