quarta-feira, abril 22, 2020

Covid-19: Distância social a bordo acabará com passagens aéreas baratas, avisa a indústria

Se as companhias aéreas forem obrigadas a implementar o distanciamento físico a bordo, pelo menos um terço dos lugares ficará vazio, o que levará as empresas a aumentar os preços dos bilhetes para valores pelo menos 50% mais caros ou as levará à falência, diz a IATA. A exigência de distanciamento físico nos aviões significará o fim das viagens aéreas baratas, alertou esta terça-feira a indústria. Para Alexandre de Juniac, presidente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), se os governos obrigarem as companhias aéreas a adotar o distanciamento físico a bordo, pelo menos um terço dos lugares ficará vazio, o que levará as empresas a aumentar os preços dos bilhetes para valores pelo menos 50% mais caros ou as levará à falência.
"Isto significa que, se o distanciamento social for imposto, as viagens baratas acabarão”, concluiu de Juniac, citado pelo “The Guardian”. Segundo a IATA, o tráfego aéreo doméstico caiu 70% desde o início de janeiro por causa da pandemia. A Associação alerta para a necessariamente lenta recuperação do sector: embora as rotas domésticas sejam abertas mais cedo do que o longo curso, a fraca confiança do consumidor num cenário que é de recessão atrasará a recuperação. Brian Pearce, responsável pelo departamento económico da Iata, deu o exemplo da China, país onde aconteceu uma recuperação inicial, quando os voos domésticos foram restabelecidos em meados de fevereiro, mas sem nunca atingir os níveis pré-pandemia. Na verdade, os valores chegaram apenas a cerca de 40% dos níveis anteriores. Face ao ano anterior, o sector antecipa perdas na ordem dos 314 mil milhões de dólares (cerca de 289 mil milhões de euros). (Expresso, pela jornalista Mafalda Ganhão)

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