terça-feira, fevereiro 04, 2020

Notas: divagações de um "outsider"

O PSD-Madeira, segundo li na  comunicação social, terminou o processo de eleição das Comissões Políticas Concelhias, processo que todos sabemos do que se trata e de como se realiza e em que circunstâncias. O que eu recomendo, como outsider de tudo, é que o PSD-Madeira perceba, de uma vez por todas, que devido ao imenso desgaste, social, político e eleitoral - e há realidades que estão à vista de todos - sofrido paulatinamente desde 2011, com as regionais, o que realmente ele precisa é de experiência e habilidade política, de disponibilidade, de ideias novas, de capacidade para devolver o PSD-Madeira à rua ao contacto directo com as pessoas mesmo quando ouve o que não quer ouvir. Política é isso mesmo, criar canais de confiança e de contacto com as pessoas, ouvi-las, trocar ideias com elas, perceber quais são as suas prioridades na freguesia ou no concelho, etc. No fundo é do regresso do PSD-Madeira ao terreno, de uma forma efectiva, como acontecia no passado, que precisamos, obviamente com as adaptações que o tempo determina e impõe. Não há  volta a dar. Não precisamos de pessoas que "assaltam" as Comissões Políticas - sem, ofensa, até porque não estou a acusar ninguém apenas a divagar - porque olham para elas como potenciais trampolins para qualquer cargo político futuro, esquecendo o essencial, mais do que saber se esses pretensos candidatos têm ou não o perfil exigido: os cargos políticos não são por nomeação mas por eleição. E a eleição de uma pessoa, grosso modo, e de uma forma mais intensa nos últimos tempos, passa pela credibilidade dos candidatos, pela confiança que eles inspiram junto das pessoas, pelo discurso que levam aos cidadãos da sua freguesia ou concelho, pela forma como pela capacidade de informar e explicar os cidadãos, etc. Portanto, se os eleitos estão imbuídos desse espírito e dessa lógica política, num partido que não se compadece - porque não há tempo a perder - com  ingenuidades políticas ou inabilidades, então resta esperar pelos frutos dessa trabalho a ser desenvolvido já e não escassos meses antes de eleições.
Se assim não for, teremos infelizmente mais do mesmo e aqui a discussão começa a levar-nos para caminhos a roçar o que em gíria mais radical se chamaria de "refundação" para impedir uma espécie de caos. Que seria desastroso.
Algo que o PSD-Açores, por exemplo, nunca aceitou fazer, por puro pedantismo idiota, e por isso está há décadas a fazer uma inglória e penosa travessia no deserto. A eleição de um novo líder - que considero ser a última oportunidade antes da tal refundação, caso ela se torne inevitável - constitui o principal desafio num ano, 2020, de eleições regionais admitindo eu que o PSD-Açores dificilmente resistirá a um novo desaire eleitoral.
No caso da Madeira, julgo que o PSD tem as suas prioridades apontadas para 2021. Não sei quais serão essas prioridades eleitorais, mas admito que, sem valorizar o recurso generalizado a coligações - que nalguns concelhos até podem revelar-se eleitoralmente catastróficas, porque não são mais-valia nenhuma, antes pelo contrário, podem até tirar votos e causar derrotas inesperadas - a ideia é tentar soluções que nalguns municípios possam aumentar a expectativa de uma inversão do exercício do poder executivo. O PSD-Madeira não tem que ser bengala do CDS-Madeira em todas as autarquias. Estamos a falar de uma situação política e eleitoral na qual, apesar de alguns pequenos sucessos em 1976, ao nível de Juntas de Freguesia, reconhecidamente não é uma praia que favoreça os centristas - salvo o que aconteceu recentemente em Santana, não por mérito do CDS mas de Teófilo Cunha, o que é substancialmente diferente - nem tem que ser o PSD-Madeira a alterar essa realidade histórica no poder local regional (LFM)

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