A gente sabe que a esquerda, nomeadamente o PCP e o Bloco, na qualidade de mentores de muitas das greves contra o governo do PS por eles apoiado, estão contra os "crowdfunding" - que garantem a grevistas o pagamento dos seus rendimentos, ou seja, que permitem o prolongamento das greves sem que haja penalizações financeiras significativas para os grevistas - mas não têm a coragem de publicamente o assumirem. O líder da CGTP fugiu sempre, há dias na televisão, a dar a sua opinião, limitando-se a garantir que nas greves da Intersindical/PCP os trabalhadores que aderem às paralisações por ela convocadas perdem os salários e não há fundos de compensação financeira para os grevistas. O problema é quando o fundo se esgota e há que encontrar justificações para terminar as greves. Mas enquanto o fundo tiver em caixa os tais milhares que dizem ter, as greves continuam, até porque ninguém acredita que uma classe profissional em greve, reivindicando melhores salários porque considera que ganha pouco, adira a um esquema grevista como este, prolongado no tempo, sem garantia de nada, do qual resultariam fortes penalizações financeiras, salvo se existirem compensações atenuadoras, como existem no caso dos enfermeiros e acho que passarão a existir noutras paralisações. É uma questão de tempo.
Em resumo: os fundamentalistas da geringonça estão contra o crowdfunding mas não dizem, bem criticam os trabalhadores que promovem iniciativas desta natureza e dela beneficiam enquanto perduram as greves.
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