O CDS-M parece que anda histericamente receoso - eu até sou capaz de entender... - dos efeitos eleitorais de uma alegada colagem do PSD-M. Percebo perfeitamente a preocupação. Em termos eleitorais e políticos é sabido que os partidos mais pequenos temem com naturalidade a possibilidade de se tornarem "desnecessários" aos olhos dos eleitores que num determinado acto eleitoral, e devido a uma colagem com partidos de maior dimensão e situados nas sua área ideológica ou perto disso, acabem por escolher o maior ou quem lhes dá mais garantias. Eu entendo a lógica das pessoas quando vão votar e fazem escolhas. Mas o CDS-M tem uma realidade histórica e ideológica e uma base social de apoio que ideologicamente está identificada, pelo que, e caso essa ideia de afastar-se do PSD-M se transforme numa obsessão, isso pode ser ainda "pior emenda que o soneto" porque pode causar irritação junto dos seus potenciais e alegados eleitores. O CDS-M no mínimo quer defender o seu estatuto de maior força política da oposição, melhor dizendo, de 2ª força política regional. Mas tal como sabemos todos, muito do que aconteceu eleitoralmente na Madeira nos últimos anos resultou também, para além de factores internos, da influencia directa ou indirecta de factores externos, positivos para uns, negativos para outros, que os partidos locais não controlam em nada. Por isso, a ideia do "namoro" com arrufos pode ter um outro efeito, o de fazer com que as pessoas escolham apenas um dos parceiros desse "namoro". Outra dica que deixo aqui ara memória futura. Salvo se a ideia do CDS-M é de encostar-se a quem com ele nunca formará um par, mesmo com arrufos e amuos. Acham mesmo que os eleitores do CDS na Madeira, gostaria de ver o seu partido, uma vez mais, coligado com partidos da geringonça ou com uma própria geringonça, independentemente do que aconteceu no passado entre o CDS e o PSD na Madeira? Desconfio que a esta questão política muito concreta, o CDS-M, mais cedo ou mais tarde, será obrigado a dar respostas plausíveis.
Lembremos isto:
Regionais de 2007
CDS, 7.512 votos, 5,4% (2 deputados)
Regionais de 2011
CDS, 25.974 votos, 17,6% (9 deputados)
Regionais de 2015
CDS, 17.489 votos, 13,7% (7 deputados)
Autárquicas de 2013
CDS, 17.679, 13,1% (8 eleitos para as CMs)
Autárquicas de 2017
CDS, 12.493 votos, 9% (8 eleitos para as CMs)
Legislativas de 2011
CDS, 19.101 votos, 14,7% (1 deputado)
Legislativas de 2015
CDS, 7.536. 6% (LFM)
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