sábado, novembro 12, 2016

Venezuela: Oposição voltará aos protestos se não houver sinais de mudança

A oposição venezuelana anunciou  que reativará a agenda de protestos caso não haja sinais de mudança por parte do Governo do Presidente Nicolás Maduro na próxima reunião de diálogo, que deverá ter lugar em Caracas. "Oxalá possamos dizer que este esforço valeu a pena", disse o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski aos jornalistas, salientando que os venezuelanos não podem "passar semanas e meses" sem que nada se passe à mesa das negociações.

"Estamos numa situação crítica. Com base no que aconteça hoje falaremos dos próximos passos para sair da crise. Se o Governo não der sinais de mudança e continuar no mesmo, teremos, os venezuelanos, que retomar a nossa agenda de protesto", frisou. O anúncio tem lugar a poucas horas da segunda reunião de diálogo entre o Governo venezuelano e a oposição com a mediação do Vaticano e da União de Nações da América do Sul. Na reunião, o Governo venezuelano põe como condições que a oposição reconheça as instituições, que chegue a um grande consenso económico com o Executivo para recuperar o aparelho produtivo e que termine a guerra e a perseguição financeira contra a economia. Exige também que as eleições regionais de 2016 se realizem em 2017 e que seja criada uma comissão pela verdade e justiça. Por outro lado, a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) põe como condições a realização de um referendo revogatório do mandado do Presidente Nicolás Maduro ainda em 2016, que hajam eleições gerais em 2017, que os presos políticos sejam libertados e que os poderes públicos sejam independentes. Quer também que o Executivo reconheça o parlamento, onde a oposição é maioria, que se repitam as eleições legislativas no Estado de Amazonas (impugnadas pelo chavismo) e que sejam designadas novas autoridades para o Conselho Nacional Eleitoral e o Supremo Tribunal de Justiça. Atenção prioritária à crise económica e a abertura de um canal humanitária que permita a entrada de alimentos e medicamentos no país são outras exigências da MUD. Segundo Henrique Capriles Radonski, principal promotor do referendo, a oposição pretende ainda que o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, participe nas mesas de diálogo, como garantia dos acordos que surjam. As rádios locais dão conta de que a Organização Internacional do Trabalho exigiu ao Governo venezuelano que a Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela (Fedecâmaras) participe também no diálogo, uma condição que conta com o aval do Vaticano (Lusa)

Sem comentários: