O
saldo de popularidade continua estratosférico (57 pontos positivos) mas, pela
primeira vez desde que foi eleito Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa perde pontos (1,4) em relação ao mês anterior. O inquérito da Eurosondagem
para o Expresso e SIC decorreu nos dias imediatamente anteriores e posteriores
aquele em que o PR se pronunciou, através de comunicado oficial, sobre o caso
das declarações de património e dos administradores da Caixa Geral de
Depósitos, dizendo entender que eles deveriam torná-las públicas. Será sinal de
que os portugueses não compreenderam o facto de o PR ter promulgado, em julho,
a lei que excluía os novos administradores do estatuto do gestor público e,
agora, no auge da polémica, vir como que emendar a mão?
Quem
acaba por sair aparentemente incólume da polémica da Caixa é o
primeiro-ministro. António Costa aumentou a sua popularidade em 1,1% face ao
mês passado, prova de que o silêncio às vezes vale mesmo ouro (o PM deixou para
o final a sua intervenção durante o debate do Orçamento do Estado, o que lhe
permitiu evitar as perguntas da oposição). Curiosamente, também Assunção
Cristas e Passos Coelho são premiados pelos inquiridos do barómetro mensal, com
mais 0,6% e mais 0,2%, respetivamente, de opiniões positivas. Jerónimo de Sousa
e Catarina Martins, por sua vez, perdem pontos.
Do
lado dos partidos, outra novidade: pela primeira vez desde há um ano, PS,
sozinho, alcança tantas intenções de voto quanto PSD e CDS juntos. Os
socialistas obtêm 37%, os mesmos que os potenciais votos obtidos pela antiga
coligação de direita. PS e BE são, de resto, os únicos partidos que crescem em
comparação com os resultados de outubro. Muito significativo, ainda que
habitualmente não relevado nestas sondagens, é o facto de o número de indecisos
ter crescido 3,15% face ao mês passado. Aqueles que não saberiam em quem votar
se as eleições fossem hoje são o terceiro "partido", com quase 22%.
FICHA
TÉCNICA
Estudo
de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 2 a 9 de
NOVembro de 2016. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores
selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais,
residente em Portugal Continental e habitando lares com telefone da rede fixa.
A amostra foi estratificada por região: Norte (20,3%) — A.M. do Porto (13,6%);
Centro (29,7%) — A.M. de Lisboa (26,5%) e Sul (9,9%), num total de 1011
entrevistas validadas. Foram efetuadas 1148 tentativas de entrevistas e,
destas, 137 (11,9%) não aceitaram colaborar neste estudo. A escolha do lar foi
aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o
elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma resultou, em termos de
sexo: feminino — 51,5%; masculino — 48,5% e no que concerne à faixa etária dos
18 aos 30 anos — 16,6%; dos 31 aos 59 — 51,4%; com 60 anos ou mais — 32%. O
erro máximo da amostra é de 3,08%, para um grau de probabilidade de 95,0%. Um
exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a
Comunicação Social (Expresso, textop de Cristina Figueiredo)
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