sábado, novembro 26, 2016

Sondagem da Católica mostra PS à beira da maioria absoluta

Em caso de eleições, o PS teria 43 por cento de votos, o que coloca os socialistas no limiar da maioria absoluta. São resultados da sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1, JN e DN. Os números revelam uma subida dos socialistas de nove pontos percentuais (de 34 por cento) desde a última sondagem da Católica, em dezembro de 2015. Em sentido inverso, verifica-se uma queda dos partidos do anterior Governo. Por seu lado, Marcelo continua a cavalgar a onda da popularidade. A sondagem do CESOP – Universidade Católica Portuguesa revela uma grande subida do PS em relação aos números que tinha em dezembro de 2015, passando de uma estimativa de resultados eleitorais de 34 para 43 por cento, o que coloca os socialistas à beira da maioria absoluta. De acordo com o CESOP, o inquérito realizado para a RTP - e ainda fazendo a comparação com os números de há um ano - mostram um PS a crescer tanto à direita como à esquerda.

Já o PSD perde na mesma comparação, tal como o CDS-PP. Os social-democratas têm agora 30 por cento e os democratas-cristãos 6 por cento. Há um ano, a coligação PSD/CDS-PP recolhia 41 por cento na estimativa de voto. Não há condições para fazer uma comparação imediata, já que a coligação se dissolveu, mas somadas as parcelas dos dois partidos estes ficar-se-iam agora pelos 36 por cento, o que representa uma descida da direita parlamentar.
Quanto aos partidos da “geringonça”, o Bloco de Esquerda teria agora 8 por cento dos votos, uma queda de três pontos face aos 11 por cento em dezembro de 2015, e a CDU (PCP-PEV) 6 por cento, também a cair dos 7 por cento na sondagem anterior.
O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) manteria os 2 por cento de votação, caso fossem hoje as eleições.
Os técnicos do centro de sondagens chamam no entanto a atenção para a existência de “muitos indecisos (21%), o que poderá prejudicar as estimativas”. A estimativa dos resultados eleitorais é obtida “calculando a percentagem de intenções diretas de voto em cada partido [no gráfico abaixo] em relação ao total de votos válidos (excluindo abstenção e não respostas) e redistribuindo indecisos com base numa segunda pergunta sobre intenção de voto. São apenas consideradas intenções e inclinações de voto de inquiridos que dizem ter a certeza que vão votar ou que dizem que em princípio vão votar”. Em termos de mobilização, de referir que a partir do estudo se percebe que, havendo agora legislativas, a abstenção ficaria pelo valor mais baixo desde há muitos anos. Apenas 23 por cento dos inquiridos manifestou a vontade de não votar (15% “de certeza que não iria votar/ não tencionaria votar” e 8% “não sabe se iria votar”).
Quanto à participação eleitoral, pelo contrário, 78 por cento responderam que sim, que iriam votar (14% “em princípio” e 64% “de certeza”). São números que contrastam com os 43,07% da abstenção registada nas últimas legislativas de Outubro de 2015, por sinal a maior de sempre.
Marcelo, Costa e Catarina no pódio
No que respeita aos líderes políticos portugueses, a sondagem revela um Presidente da República a recolher uma quase unânime opinião favorável, António Costa com o maior ganho de popularidade e Passos Coelho como único líder em perda. Marcelo Rebelo de Sousa ocupa a primeira posição na avaliação dos portugueses, recolhendo 97 por cento de notas positivas. O centro de sondagens da Católica compara aqui o actual Presidente com o anterior, Cavaco Silva, cuja última avaliação foi de 48 por cento. Marcelo é também aquele que, feita a média das avaliações, tem a pauta mais apresentável: 16,3 (a avaliação mais elevada das sondagens Católica desde que há registo, em 2004).
O primeiro-ministro, António Costa, tem nesta questão (“que nota dá, de 0 a 20, à forma como têm atuado nos últimos tempos”) a evolução mais positiva entre todos os líderes partidários: 81 por cento de avaliações positivas agora, contra 47 por cento em Dezembro de 2015.
Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, principal partido da oposição, foi o único líder em queda: recolhe 55 por cento de apreciações positivas, contra os 56 por cento anteriores. No terceiro lugar do “pódio” da popularidade surge a bloquista Catarina Martins, que num ano passou de 58 para 77 por cento. A seguir, surge a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, com 70 por cento (Paulo Portas, desgastado por quatro anos de Governo, tinha meros 37 por cento).Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, passando de 48 para 69 por cento, e André Silva (de 44 para 64 por cento) também tiveram subidas significativas, se bem que o deputado do PAN seja ainda o menos conhecido dos líderes políticos portugueses. Apenas 15 por cento dos inquiridos responderam que sim, que o conhecem. Contas finais, todos os líderes tiveram mais avaliações positivas do que negativas, o que os técnicos do centro de sondagens da Católica lêem como um “indicador de alguma conciliação após o período de crispação que se seguiu às eleições legislativas”.
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 19 a 22 de novembro de 2016. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas aleatoriamente dezoito freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A seleção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das últimas eleições legislativas nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 977 inquéritos válidos, sendo 57% dos inquiridos do sexo feminino, 34% da região Norte, 23% do Centro, 29% de Lisboa, 6% do Alentejo e 8% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 70%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 977 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95% (texto do jornalista da RTP, Paulo Alexandre Amaral)

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