quarta-feira, janeiro 06, 2016

Funcionários denunciam desmonte da emissora de TV do Parlamento venezuelano

Um grupo de funcionários da TV da Assembleia Legislativa da Venezuela denunciou demissões em massa nesta segunda-feira, um dia antes de a oposição assumir o controle do Parlamento. "Não temos acesso ao nosso local de trabalho e não recebemos qualquer tipo de explicação", denunciou Betzaida Amaro, jornalista do ANTV, ao canal venezuelano Globovisión. "O canal está sendo liquidado de maneira arbitrária e ilegal."
Cercada por outros funcionários da emissora, Amaro afirmou que as antenas instaladas dentro do Parlamento foram arrancadas, e as câmeras, desconectadas, o que criou "condições muito reduzidas" para a transmissão da posse da nova Assembleia, marcada para esta terça-feira. Os funcionários da ANTV também denunciaram que o canal está apenas reproduzindo a programação da estatal Venezuelana de Televisão desde 31 de dezembro, no lugar de sua própria programação.
O deputado Henry Ramos Allup, eleito pela maioria opositora como o próximo presidente da Assembleia Nacional, afirmou nesta segunda-feira que a ANTV foi saqueada para impedir a transmissão da posse dos parlamentares eleitos no dia 6 de dezembro passado. "Mas isto não importa porque vamos garantir que os meios de comunicação privados possam instalar suas antenas para transmitir um ato que é de toda a Venezuela".
Barrado - Allup foi impedido de entrar no Legislativo nesta segunda-feira. Ele disse que pretendia fazer consultas administrativas sobre sua gestão anterior, mas foi barrado e acabou sendo insultado por chavistas nos arredores do prédio. "Eu ia pedir um documento que dissesse quanto é o montante das minhas economias, da minha propriedade, e não me deixaram entrar", relatou em entrevista coletiva o político que a partir de amanhã será o novo presidente da Assembleia Nacional por um ano.
Ramos Allup, que foi eleito ontem presidente da Assembleia por 62 dos 112 deputados opositores eleitos no último dia 6 de dezembro, contou que um "autodenominado xerife" que cuidava da porta do parlamento lhe disse que não podia entrar. "Ele me disse que eu não podia entrar em sua casa: 'O senhor não vai entrar a minha casa enquanto eu estiver aqui'. E diante de um energúmeno como este o que se pode dizer? Seguramente ele não entenderá a língua que entendemos todos, talvez, se eu tivesse lhe dito que era meu direito, ele teria sacado uma arma", disse Ramos Allup (Veja)

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