quarta-feira, janeiro 06, 2016

BANIF: uma vergonha que tem que ser esmiuçada para que se conheça a verdade

O que se passou no BANIF, com a falência deste banco, é demasiado grave para que os cidadãos sejam mantidos à margem da verdade dos factos, do apuramento de responsabilidades e da identificação, sem contemplações, de situações de eventuais ilegalidades, de compadrio, conforme insinuações que têm sido postas a circular de concessão de crédito selectivo, de decisões administrativas erradas, etc.
O que se passou no BANIF - e penso que a Assembleia da República tem o dever, político, moral e ético para desvendar os factos - tem que ser conhecido rapidamente em toda a sua extensão. Queremos saber a dimensão dos estragos que esta situação causará na economia madeirense e açoriana, dos prejuízos causados aos accionistas - e quem são - e aos clientes sobretudo os grandes depositantes. Queremos saber, por exemplo, se clientes que pretendam levantar as suas economias investidas em produtos de alto risco, foram aconselhados a contraírem, em alternativa, empréstimos bancários com hipoteca, acabando por ficar sem as economias investidas e com as compras imobiliárias realizadas com esse crédito hipotecário ameaçadas porque não conseguem agora pagar.
O que queremos saber? Eis alguns exemplos:
  • - o que andaram a fazer os 2 administradores nomeados pelo Governo de Passos e do CDS depois de passar a deter cerca de 61% do BANIF?
  • - para onde foram os 1,1 milhões de euros entregues pelo governo no quadro da capitalização da banca, dos quais o BANIF ficou a dever cerca de 750 milhões de euros?
  • - o que fez o Banco de Portugal quando o BANIF falhou o pagamento no prazo estabelecido? Que tipo de acompanhamento teve a troika neste processo?
  • - quando é que foi conhecida a realidade no BANIF?
  • - que tipo de intervenção teve, e não teve o governo de Passos e do CDS neste processo? Até que ponto este governo escondeu a realidade e empurrou os problemas com a barriga para não agravar as contas públicas?
  • - qual o contributo dado ao agravamento da situação do BANIF da crise económica, financeira e social na Madeira?
  • - qual o contributo dado ao agravamento da situação do BANIF das divergências familiares surgidas entre os herdeiros de Horácio Roque?
  • - qual o total da dívida reportada a crédito concedido a privados e empresas da RAM e dos Açores que figurava nas cobranças improváveis ou difíceis?
  • - qual o total do crédito concedido pelo BANIF a privados e empresas na RAM e nos  Açores?
  • - qual o total dos depósitos a prazo feitos no BANIF por privados e empresas da RAM e dos  Açores?
  • - quantos clientes, privados e empresas, tinha o BANIF, no momento da venda, na RAM e na RAA?
  • - quais os organismos públicos que utilizavam, na RAM e na RAA, os serviços do Banif?
  • - qual o total do crédito concedido pelo BANIF a entidades públicas, na RAM, e nos Açores, que ainda não estavam, na data de venda, devidamente normalizados, sem que essa situação apresente qualquer ilegalidade dado que se trata de uma relação comercial normal?
  • - que tipo de relação comercial tinha o BANIF, na data de venda, com partidos políticos na RAM?
  • - qual o total dos depósitos a prazo feitos no BANIF por privados e empresas da diáspora madeirense e açoriana  - e de que países?
  • - quantos clientes, privados e empresas, da diáspora madeirense e açoriana  - e de que países - tinha o BANIF, no momento da venda, na RAM e na RAA?
  • - quais as previsões de perdas dos administradores do BANIF devido à sua venda?
  • - quais as previsões de perdas dos maiores accionistas do BANIF devido à sua venda?
  • - qual o total dos depósitos a prazo e depósitos à ordem, na data de venda do banco, existentes no BANIF, da responsabilidade de clientes-emigrantes, de clientes-residentes, de instituições e empresas públicas, de empresas e instituições privadas, na RAA e nos Açores?
  • - qual o peso da actividade do BANIF junto da diáspora madeirense na actividade e resultados totais do banco?
  • - qual o peso da actividade do BANIF junto da diáspora açoriana na actividade e resultados totais do banco?
  • - qual o peso da actividade do BANIF na RAM no âmbito da actividade e resultados totais do banco?
  • - qual o peso da actividade do BANIF na RAA no âmbito da actividade e resultados totais do banco?
  • - quais os empreendimentos privados financiados pelo BANIF, realizados na RAM e nos Açores, e que figuram entre as situações de crédito mal-parado ou de cobrança duvidosa ou já não considerada?
  • - quanto é que deve a RAM ao banco, na data de venda do BANIF?
  • - quanto é que devem empresas pública se demais organismos públicos da RAM ao banco, na data de venda do BANIF?
  • - quanto é que deve a RAA ao banco, na data de venda do BANIF?
  • - quanto é que devem empresas pública se demais organismos públicos da RAA ao banco, na data de venda do BANIF?
  • - existiam ou não outras propostas mais recomendáveis na corrida pela compra do BANIF?
  • - que  documentos reservados e/confidenciais sobre a situação do BANIF estão na posse do governo central de Lisboa?
  • - que explicações dá o Banco de Portugal para justificar um apoio público estimado de 2.255 milhões de euros que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões de euros directamente pelo Estado?
E fico-me por aqui... (LFM)

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