Segundo o Dinheiro Vivo, Subir Lall, chefe de missão do FMI em Portugal, volta a lançar dúvidas
sobre o comportamento da economia. E, em entrevista ao Jornal de Negócios,
insiste que Portugal tem de crescer, melhorar a competitividade e reduzir a
dívida das empresas. Em relação à banca, o panorama é pouco positivo. "As
pessoas dirão o que quiserem. A questão é esta: Portugal precisa de crescer e
precisa de crescer depressa", explicou o técnico do Fundo Monetário
Internacional, insistindo que "permanecem entraves cruciais". Numa
entrevista onde insiste em explicar que o governo está a ser demasiado
optimista, tal como a troika tem feito ecoar durante os últimos meses, Subir
Lall lembra que as grandes diferenças entre o que os técnicos observam e o
governo acredita tem a ver com "perspetivas de crescimento". E a
questão volta a ser só uma: "o governo fez muito no combate à fraude, mas
será que existe muito mais espaço?" A maior diferença entre os técnicos e
as contas de Maria Luís Albuquerque assenta na previsão para o défice do
próximo ano. O governo aponta para 2,7%, mas a troika não acredita que se
consiga baixar para mais de 3,4%, 1200 milhões de euros a menos. Subir Lall diz
que a divergência assenta nas "diferentes previsões de crescimento real e
de evolução dos preços". Em relação ao desemprego, o especialista
mostra-se um pouco incrédulo: "penso que ninguém ainda percebeu muito bem
como é que a taxa de desemprego está a baixar", afirmou, admitindo todavia
que "estamos muito satisfeitos com a evolução, mas precisamos de perceber
o que está a acontecer para que possamos tirar lições."