sábado, novembro 29, 2014

Pestana: Um negócio de sol e férias



“Há mais de 40 anos, um emigrante madeirense na África do Sul decidiu um dia investir na sua terra natal e criar o primeiro hotel daquela que viria a ser a maior cadeia hoteleira portuguesa.
Era o primeiro passo do Grupo Pestana, que hoje em dia se dedica essencialmente à hotelaria, mas também à área do turismo, tendo operações no golfe ou no ramo imobiliário. José Theotónio, administrador da área financeira, explica que durante os primeiros vinte anos "o Grupo Pestana basicamente é o proprietário de uma unidade que era gerida pela Sheraton".
Após o 25 de Abril, Dionísio Pestana, o atual presidente do Grupo, aceita o desafio do pai para gerir o Sheraton na Madeira, que se encontrava numa situação deficitária. "Resolve rescindir o contrato [com a Sheraton] e começar ele a desenvolver os negócios, a criar a sua marca e a cadeia Pestana".
Assim, nas últimas duas décadas, a primeira metade "é um crescimento em Portugal, primeiro na Madeira e depois nos outros destinos, como o Algarve, Lisboa e Porto". Nos últimos dez anos, começou uma segunda fase da empresa com uma aposta forte na internacionalização, "que começa primeiro pelos países que falam português, como o Brasil, Moçambique, e mais tarde noutros países em África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, África do Sul e Marrocos) e na América do Sul (Argentina, Venezuela, Colômbia e Cuba)".
Mais recentemente, o Grupo Pestana redirecionou o seu investimento para o continente europeu, para cidades como Londres, Berlim e Barcelona, e há dois anos abriu uma unidade em Miami, nos Estados Unidos da América. Atualmente, o Grupo Pestana detém "87 hotéis, 39 dos quais são as pousadas de Portugal, também geridas pelo grupo desde 2003".
José Theotónio explica que a internacionalização foi um passo natural para o grupo, pois "uma empresa que quer estar no setor do turismo de forma competitiva hoje tem que estar em vários destinos. O turismo é um setor que cresce mas que é bastante volátil e, portanto, quando existem problemas em alguns destinos, há outros que podem crescer" Em resumo, acrescenta, "é preciso seguir uma estratégia que é não pôr os ovos todos no mesmo cesto e estar presente em vários mercados".
Por outro lado, o facto de a marca ser conhecida em Londres, Berlim, Brasil ou Estados Unidos pode captar mais clientes para os hotéis em Portugal e ajudar o turismo nacional. O Grupo Pestana quer, a curto e médio prazo, aumentar a aposta em Espanha, pois atualmente só tem a unidade em Barcelona e Madrid é um objetivo, em Amesterdão e ter mais hotéis nos Estados Unidos, nomeadamente em Nova Iorque.
Quanto à relação com a Caixa Geral de Depósitos, José Theotónio sublinha que o banco "sempre foi um parceiro de negócio que ajudou e tem vindo a ajudar ao longo dos anos, é importante em alguns projetos onde foi financiador, e foi também muito importante quando houve esta crise de 2009, quando a maioria da banca estrangeira ou saiu de Portugal ou reduziu o crédito às empresas portuguesas e a Caixa Geral de Depósitos esteve sempre presente" (DinheiroVivo)