quinta-feira, maio 22, 2014

Sondagem JornaI: Maioria perde um quinto dos votos

A coligação PSD/CDS poderá registar uma sangria de votos na noite do próximo domingo. Segundo o barómetro Jornal I/Pitagórica, os dois partidos perdem 21,4% dos votos para outras forças, quando comparados os possíveis resultados das europeias com a votação das últimas legislativas, em 2011. O gráfico apresentado em baixo mostra as transferências de votos entre as últimas legislativas e as próximas europeias. Questionados sobre em quem votaram em 2011 e em quem ponderam votar no domingo, 18,7% dos eleitores admite abdicar da cruz nos sociais-democratas. Desses, a maioria dos que já decidiu uma opção alternativa assume que vai fazer migrar o seu voto para o PS (1,9%). Ainda dentro da maioria, o CDS poderá perder 2,7% dos seus eleitores. O maior beneficiário dessa saída de votos será o Partido da Terra (MPT), de Marinho e Pinto. O advogado apresenta-se, de resto, como o grande beneficiário do descontentamento dos eleitores para com a classe política nacional. Basta ver que, na transferência de votos, além da maioria, também o PS e o BE vêem escapar eleitores para a mais recente figura da política nacional - que sugeriu, em entrevista ao i, que o Parlamento Europeu pode ser um ponto de passagem para o palco principal da política nacional, a Assembleia da República. No caso do PS, Marinho e Pinto vai buscar 1% dos 7,3% de eleitores que abandonam o partido de António José Seguro (em 2011, nas legislativas, o PS era ainda liderado por José Sócrates) para votar agora noutras forças. Logo a seguir surgem os 0,9% de "socialistas" que vão optar pelo BE na altura de escolher os seus eurodeputados dos próximos cinco anos. Os bloquistas perdem votos para o MPT exactamente na mesma proporção que ganham ex-eleitores do PS - 0,9% das escolhas deixam o partido de João Semedo e Catarina Martins, optando agora pelo MPT. A CDU perde para o PS. Apesar de terem voltado a apostar nas críticas ao PS durante a campanha, os comunistas vêem fugir 0,8% do seu eleitorado de 2011 para os socialistas. O PSD é o segundo partido que mais beneficia das saídas da CDU.
DÚVIDAS EXISTENCIAIS
As contas estão feitas, mas só até certo ponto. É que, a poucos dias das eleições, é muito significativa a percentagem de eleitores que ainda não se decidiu sobre o partido em que vai votar - se é que vai votar em algum, ou vai votar de todo. A mancha negra que representa estes eleitores em ponderação é por demais evidente no caso do PSD. De todo o eleitorado que conduziu o partido à vitória em 2011, 11,5% continua sem saber o que fazer ao boletim de voto no dia 25. Bem menos indecisos estão os socialistas que, em 2011, continuaram a seguir Sócrates, mesmo depois de a troika ter sido chamada a injectar dinheiro no Estado. Dos que votaram PS para as legislativas, apenas 4,1% assumem agora a sua indecisão sobre que decisões tomar para os representantes portugueses que querem ver em Bruxelas. As dúvidas vão sendo cada vez menores até chegar ao BE. Enquanto na CDU a taxa de indecisões se mantém nos 2%, no BE esse valor baixa para os 1,4% de eleitores que não sabem se mantêm o seu voto. No fim da lista está mesmo o CDS, onde apenas 1,4% dos votantes tem dúvidas sobre se repete a escolha"