terça-feira, maio 13, 2014

Lagarde desiste de discursar em conferência depois de protesto das alunas



Li no Público, em texto da jornalista ANA RUTE SILVA, que “Christine Lagarde, directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), desistiu de discursar na abertura de uma cerimónia de fim de curso da Universidade de Smith, Massachusetts, nos Estados Unidos, depois de centenas de alunas terem assinado uma petição online em protesto contra a sua presença. Para as estudantes desta universidade feminina, Christine Lagarde representa “um sistema corrupto, que incentiva a opressão e o abuso de mulheres no mundo”. O FMI apoia “sistemas patriarcais” e, mesmo sendo liderado, pela primeira vez, por uma mulher, não é bem-vindo à universidade. O protesto das alunas levou Lagarde a recusar o convite para fazer a primeira intervenção da cerimónia. Um porta-voz do FMI, citado pela Reuters, esclareceu que a directora-geral preferiu não marcar presença para não desviar as atenções do evento, agendado para domingo. “Não queríamos que a participação do FMI desviasse as atenções do desempenho notável dos alunos finalistas, no seu dia especial”, sublinhou fonte oficial. Na petição online, com 479 assinaturas, as alunas da Universidade de Smith — uma instituição privada — defendem que o FMI “foi o maior responsável pelo falhanço das políticas de desenvolvimento aplicadas em alguns dos países mais pobres do mundo”, o que “levou a um reforço do sistema imperialista e patriarcal que incentiva a opressão e o abuso de mulheres no mundo”. Kathleen McCartney, presidente da instituição, lamentou o sucedido numa declaração publicada no site oficial da universidade. “Aqueles que contestaram [a presença de Lagarde] ficarão satisfeitos pelo seu protesto ter tido efeito. Mas a que custo para a Universidade de Smith? Esta é uma questão sobre a qual, como comunidade, devemos reflectir nos meses que se seguem”, disse. A universidade anunciou, entretanto, que o discurso inaugural será feito por Ruth J. Simmons, a nona presidente da instituição e líder da Universidade de Brown. Foi a primeira afro-americana a liderar uma das instituições mais importantes dos Estados Unidos”