Segundo o Jornal de Negócios, o anúncio de mexidas na TSU (Taxa Social Única) feito pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, a 7 de Setembro, gerou divisões no Governo PSD/CDS, que se acentuaram com o debate em torno do Orçamento do Estado para 2013. As divergências, contudo, diz António Pires de Lima, não colocam em causa a coligação, o qual acredita se deverá manter coesa em 2013 e 2014. Isto, sem que o CDS/PP deixe ter voz própria. "Era só o que faltava que o grupo parlamentar do CDS não pudesse exercer a sua função com autonomia daquilo que é o próprio Governo", sublinha o presidente do Conselho Nacional do partido. Este ponto, na sua óptica, é decisivo. "Acho que o CDS deve manter a coesão e o bom funcionamento desta coligação, não deve abdicar da sua autonomia discursiva e propositiva pelo facto de estar em coligação. Não se deve anular, deve ter uma voz própria como tem tido e deve ser um factor de exigência e de qualificação." Este posicionamento tem uma consequência. "Quando há aspectos que não estão claros nas propostas do Governo, quando há áreas com as quais não nos sentimos confortáveis, devemos explicitá-lo dentro do Governo e até por vozes fora dele, nomeadamente do grupo parlamentar." E o casamento da coligação é para durar. À pergunta, o também gestor responde que "o tempo não é de andar a fazer juras". Pelo contrário, "desconfio muito de quem anda todo o tempo a dizer que é leal ou que é fiel e a fazer juras". Neste contexto, a expectativa de Pires de Lima "é a de que este Governo se mantenha coeso e de que não haja nenhuma crise política, de forma a que Portugal se possa libertar da troika em 2014, para que as eleições de 2015 "possam ser disputadas num ambiente político e de independência completamente diferente daquele que prevaleceu nas eleições de 2011".