Li no Jornal de Negócios que o novo ministro foi director do Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento e também aconselhou Durão Barroso. Fã de feijoada que gosta de jogar ténis nos tempos livres, Jorge Moreira da Silva apresenta aos seus 43 anos um currículo respeitável na área do ambiente e da energia. O seu primeiro grande cargo de destaque chegou em 1995, com 24 anos, quando substituiu Pedro Passos Coelho na liderança da JSD. Esteve lá três anos. Actualmente, é o primeiro vice-presidente do partido. Pedro Duarte, o actual director da campanha de Luís Filipe Menezes, sucedeu-lhe em 1998. Lembra-se da "grande competência técnica, seriedade intelectual e sentido de responsabilidade", mas também de o ter contestado por "défice de perfil de liderança". Ainda assim, indicou-o como eurodeputado da JSD em 1999. Em Estrasburgo, Moreira da Silva, formado em Engenharia Electrotécnica, começou a dar nas vistas, tornando-se o relator permanente para as alterações climáticas. Moreira da Silva regressou a Portugal, em 2003, para se tornar Secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior de Durão Barroso. Mais tarde, já com Santana Lopes no poder, foi Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território. Entre 2006 e 2009, foi consultor de Cavaco Silva áreas da Ciência, Ambiente e Energia e conselheiro de Durão para as negociações internacionais sobre o regime climático pós-2012. Entre 2009 e 2012, foi também director da área de Economia da Energia e das Alterações Climáticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em Nova Iorque. Moreira da Silva é natural de Vila Nova de Famalicão. Nuno Melo, vice-presidente do CDS, também. "Conhecemo-nos há muitos anos pois somos do mesmo concelho, as nossas famílias conhecem-se", recorda. Quando falou com o Negócios, Nuno Melo jurou não saber que funções estavam reservadas ao seu conterrâneo. Mas se for ministro do Ambiente, "fará um grande trabalho, porque junta as competências que possui ao conhecimento que acumulou ao longo dos anos". Em 2011, fundou o "think tank" Plataforma para o Crescimento Sustentável (PCS), defendendo um financiamento progressivo dos utilizadores de serviços como a saúde, a educação ou a rede de estradas. Dessa forma, seria possível baixar impostos, garante. Foi na qualidade de presidente da PCS que arrasou, no ano passado, a visão industrial do ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, que pedia uma flexibilização de regras ambientais.