Escreve o Correio da Manhã que "no espaço de um ano, Portugal viu desaparecerem 196 100 postos e trabalho à conta da crise, o equivalente a uma destruição de 535 empregos por dia. Os números foram ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e mostram que o País está a atravessar a maior recessão desde o 25 de Abril de 1974. As contas nacionais apontam para uma quebra no Produto Interno Bruto (PIB) de 3,2 por cento em 2012, quando comparado com o ano anterior. Nunca em democracia a riqueza produzida registou valores tão baixos como no ano passado. O cenário agravou-se particularmente nos últimos três meses do ano, tendo o PIB cedido 3,8% em termos reais, sublinha o INE. O discurso de Passos Coelho sobre a Taxa Social Única (TSU) e a greve dos estivadores terão contribuído. Assim, em 2011 o PIB valia 160,2 mil milhões de euros a preços de mercado, valor que tombou para os 155,3 mil milhões em 2012: são menos 4,9 mil milhões. A cimentar estes números está a evolução de dois elementos cruciais: as exportações nacionais abrandaram face a 2011, ao mesmo tempo que a descida acentuada da procura interna - em particular do consumo das famílias - puxaram os dados económicos para números ainda mais negativos. Por isso, o INE sublinha que "a redução mais acentuada do PIB [em 2012] refletiu a diminuição do contributo positivo da procura externa líquida, que passou de 4,7 pontos percentuais em 2011 para 3,9 pontos percentuais, em resultado da desaceleração das exportações de bens e serviços", ao mesmo tempo que espelha "o contributo negativo mais significativo da procura interna", que diminuiu 6,8% em termos reais. Também o investimento travou a fundo durante o ano passado: recuou 13,7%".