sábado, março 16, 2013

Opinião: "Mais tempo é mais austeridade"

"A troika deu a Portugal mais tempo para atingir o défice e para o corte de despesa estrutural. Como se fosse um presente. Envenenado. Mais tempo, neste caso, significa mais austeridade e não o aliviar das metas. Mais um ano para o défice e, principalmente, mais um ano para aplicar os cortes de despesa estrutural significa que o garrote de impostos sobre a economia irá continuar. Passámos de uma austeridade muito forte e curta para uma austeridade forte e longa. A primeira era muito melhor. O Governo não o conseguiu. O maior erro de Vítor Gaspar é esse. A incapacidade de executar cortes na despesa estrutural. O Governo tomou posse em junho de 2011 com promessas que esse era o principal objetivo, que era possível executar o programa de ajustamento com base na redução de despesa. Nada disso foi feito. A pouco contenção orçamental foi feita com base no aumento de impostos.Agora temos mais um ano para cortar os quatro mil milhões de despesas estruturais. Estes cortes são fundamentais porque temos despesa a mais para a riqueza que produzimos. Não fazê-los significa mais impostos agora e mais impostos no futuro. Ter mais tempo para os fazer significa prolongar o confisco sobre trabalhadores, pensionista e consumidores. Mais tempo teria sido uma vitória se tivesse sido negociado logo no início. Agora não é uma vitória, é uma derrota para todos nós que vamos pagar a conta" (texto de João Vieira Pereira, diretor-adjunto do Expresso, com a devida vénia)