sábado, março 16, 2013

Opinião: O que é que Gaspar esconde desta vez?

O que é que Gaspar esconde desta vez? Já nos habituamos a olhar para ele com desconfiança e desdém, porque suspeita-se que ele mente, tal como ilude e manipula as avaliações como aliás aconteceu com a última, escondendo o que e realmente foi negociado, o que disse a troica, que exigências foram feitas e que compromissos assumiu o país. Só quando começaram a aparecer os relatórios do FMI mais desenvolvidos se percebeu a dimensão do embuste e o grau da ocultação ou mesmo da mentira (por via da supressão de informações fundamentais) deste ministro - entretanto já se tinham passado semanas entre a ridícula conferência de imprensa no Ministério das Finanças e a divulgação do documento do FMI – e constatamos a dimensão da hipocrisia de um ministro que insiste nestes comportamentos mediáticos idiotas, próprios de psicopatas, que se arrastam por 2 ou 3 horas sem que toda a verdade seja revelada.
Percebe-se que assim seja, se atendermos a que estamos entregues a um par de duques, quais D. Quixote e Sancho Pança, que na realidade não passam de uma dupla de incompetentes e impreparados. O ministro das finanças comete a proeza inigualável de ser afirmar cada vez mais como um falhado, já que não há maneira de acertar uma previsão que seja. Sucede que apesar do espetáculo em torno daquelas conferências de imprensa tontas - nunca vi semelhante patetice – o Ministério insiste em ocultar a verdadeira avaliação, o que foi exigido, o que foi contestado, o que foi recusado, o que foi proposto, o que foi negociado e comprometido tudo o que foi afinal avaliado e quais as conclusões a que chegaram.
Mas Gaspar, ressalvando a hipocrisia do discurso feito desta vez à volta do desemprego (só lhe faltaram ou as lágrimas de crocodilo...), comportando-se de uma forma absolutamente provocatória e ofensiva, diria própria de um anormal, tentou sacudir a água do capote quando falou nos cortes do chamado "estado social", recusando que eles sejam propostas do ministro das finanças, mas antes do governo e mesmo assim depois de um debate fictício que este governo miserável vai promover para depois se atrever falar em nome da sociedade civil. Doentio e patético!
Patética também a nova preocupação de Gaspar, estranha para quem se comportou até hoje de forma arrogante e convencida, ao dizer que negociou em nome dos portugueses. Em nome dos portugueses o tanas, porque ninguém, votou nele, ninguém lhe deu procuração, ninguém o conhecia de lado nenhum até porque, pura e simplesmente nunca lhe reconheceram competências nem capacidades ao longo destes anos todos para ser convidado fosse para o que fosse. Só podia ser ministro deste governo de coligação ultra-liberal e com uma ideologia claramente protofascista. Valeu-lhe ter sido uma solução de recurso e de remendo, depois de anteriores recusas. Consta aliás que o ex-ministro das Finanças, Braga de Macedo, estará melhor habilitado do que ninguém para falar dos falhanços deste incompetente...
Absolutamente doentio toda aquela projeção de slides à medida que fala, numa clara demonstração de que vive num mundo de ficção que ele próprio alimenta, mentindo-se a si mesmo, quando percebe que está refém de falhados modelos teóricos paridos numa folha de excel que depois transforma em coloridos gráficos interativos para melhor mentir e enganar os portugueses e manipular os jornalistas, sem que as pessoas percebam cumplicidades à mistura que questionam a isenção profissional e o adequado distanciamento. Aliás deixo um repto: façam um trabalho sobre todos os discursos de Gaspar no final das avaliações e contabilizem o que foi dito com o que aconteceu. Digam o grau de fiabilidade deste ministro.