sexta-feira, junho 15, 2012

Mais de 70% das empresas preferem despedir quanto têm de cortar despesas com pessoal

Segundo a jornalista do Publico, Raquel Almeida Correia, "quando se vêem a braços com a necessidade de cortar nas despesas com pessoal, 72% das empresas portuguesas optam por despedir trabalhadores. É esta a principal conclusão de um relatório divulgado pelo Banco de Portugal (BdP), que indica que, ainda assim, estas estratégias para diminuir os custos do trabalho têm um impacto positivo no emprego. O documento, publicado na sexta-feira, mostra que é no sector da energia que as empresas mais tomam este caminho, já que 86% referiram optar por despedimentos nestas circunstâncias. O nível desce para 68% na área do comércio. Conclui-se ainda que a dimensão do negócio não tem uma influência determinante nesta decisão, já que a incidência é de 72,4% nas grandes empresas, descendo para 70% nas pequenas. O relatório do BdP mostra também que a segunda medida mais consensual quando o objectivo é emagrecer custos é o corte na componente variável das remunerações, nomeadamente nos bónus e nos benefícios concedidos aos trabalhadores, e o congelamento das promoções na carreira. No estudo, 45% dos inquiridos admitiram já ter seguido este caminho, com maior preponderância para os sectores do comércio e dos serviços e ainda para a indústria. Além disso, 30% das empresas optam por contratar pessoal com salários mais baixos, quando têm de substituir trabalhadores que estejam de saída. É nos negócios de maior dimensão que esta estratégia é mais utilizada, atingindo um nível de 35%. Nas pequenas empresas desce para 27,7%. E há ainda uma franja importante da amostra (26%) que segue outro caminho, congelando as actualizações salariais que estão previstas anualmente. Neste campo, os pequenos negócios destacam-se, atingindo 27,6%. Em termos sectoriais, é na indústria que este tipo de medidas tem mais adeptos, ao contrário do que acontece no sector da energia. O relatório do BdP, da responsabilidade de três investigadores, conclui que a adopção deste tipo de estratégias acaba por ter um impacto positivo no emprego. De acordo com o estudo, a probabilidade de uma empresa que corta benefícios e congela actualizações optar por despedir trabalhadores é menor, em 38 pontos percentuais, do que a de uma empresa que não toma estas medidas".

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