

A Alemanha viveu praticamente estagnada nos finais da década de 90 e sobretudo nos primeiros anos do euro com a economia a crescer abaixo de 1%, desemprego acima de 10% em vários anos e uma indústria que estava a ser ultrapassada por norte-americanos e japoneses. Muitas das regiões alemãs estavam igualmente em insolvência.
Face a este cenário, o Governo de esquerda de Gerhard Schröder iniciou um programa de austeridade e reformas estruturais que seria o mais violento no país desde o final da guerra com elevados custos sociais: corte para metade da duração do subsídio de desemprego, redução dos encargos com a saúde, aumento da idade da reforma para 67 anos, congelamento de pensões por dois anos, entre outras. O boom germânico viria só após 2005 com o crescimento das exportações para a zona euro que importava em massa produtos (entre tecnologia e automóveis) com o crédito barato e a nova moeda europeia. Em 2000, as vendas ao exterior alemãs representavam 30% da economia, hoje são quase 50% do PIB. Antes da Irlanda ou Espanha, Suécia e Finlândia sofreram no início dos anos 90 uma crise financeira que fez falir todo o sistema financeiro. As razões são as de sempre neste tipo de crises: liberalização dos mercados financeiros acompanhada de supervisão deficiente que permitiu concessão de crédito excessivo e criação de 'bolhas' – nos países nórdicos também no sector imobiliário.
A crise levou à falência de inúmeros bancos e as duas economias viveram uma recessão com dimensões semelhantes às da Grécia ou Portugal. Na Finlândia, a economia esteve em recessão quatro anos (1990 a 1993), um período em que o PIB contraiu 14% e o desemprego jovem atingiu 31,5%. Na Suécia, as ajudas à banca fizeram o défice orçamental atingir os dois dígitos entre 1991 e 97 com um pico nos 12% do PIB" (texto do jornalista do Sol, Luís Gonçalves, com a devida vénia)
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