sexta-feira, junho 29, 2012

(Açores) Assinados acordos colectivos de trabalho: Médicos de família vão aceitar mais utentes nas lista de espera

Segundo o Correio dos Açores, "o Governo dos Açores assinou Acordos Colectivos de Trabalho na carreira médica que criam um incentivo remuneratório para aumentar a lista de utentes dos médicos de família e um regime de disponibilidade para o trabalho nas urgências. "Conseguimos ultrapassar as divergências e chegar a dois bons acordos, quer para os profissionais médicos que trabalham no Serviço Regional de Saúde, quer para os açorianos", afirmou Miguel Correia, secretário regional da Saúde, em declarações aos jornalistas em Angra do Heroísmo, na Terceira. Miguel Correia falava no final da cerimónia de assinatura dos Acordos Colectivos de Trabalho com o Sindicato Independente dos Médicos e com o Sindicato dos Médicos da Zona Sul. O secretário regional da Saúde salientou as principais novidades previstas nestes documentos, entre as quais a "criação de um incentivo remuneratório para o aumento das listas de utentes por parte dos médicos de família". "Temos 26 médicos especialistas de Medicina Geral e Familiar com horários de 35 horas e é precisamente para eles que se dirige este incentivo", afirmou, acrescentando que cada médico poderá aumentar a sua lista até um máximo de 1.000 utentes. Se todos aderirem a esta iniciativa, poderiam haver mais 26 mil açorianos com médico de família, mas a estimativa das autoridades regionais é que adiram 18 dos 26 médicos, o que permitirá que mais 18 mil açorianos tenham médico de família. A outra novidade destes acordos é a "criação do regime de disponibilidade para todos os médicos que prestam trabalho na urgência", que "fixa um valor mensal de 1.000 euros para os médicos que se disponibilizam para estar disponíveis, sendo que, quando é chamado e presta serviço na urgência, é remunerado como se fosse trabalho extraordinário". "O objectivo é pagar o trabalho extraordinário que for efectivamente prestado nas urgências, que é alternativo ao regime de prevenção", afirmou Miguel Correia, para quem este novo sistema traz "mais justiça em relação às diferentes especialidades", já que há umas que vão mais vezes às urgências do que outras. Por seu lado, Jorge Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, considerou que "é um dia histórico". "Foi assinado um acordo que permite pensar que as carreiras médicas, com aquilo que implicam de exigência e de avaliação, vão contribuir para que o Serviço Regional de Saúde seja reforçado e os doentes sejam melhor tratados", afirmou, acrescentando esperar que os resultados destas medidas sejam visíveis "daqui a dois ou três anos". Maria Pilar da Silva, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, também destacou a importância dos acordos ontem assinados, considerando que serão "um estímulo para os profissionais e para os responsáveis".

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